Amanhã completa um ano do decreto assinado pelo prefeito Zé Queiroz para que fosse comprado um terreno para à Câmara de Caruaru. O tempo passou e o impasse continua. Para não deixar a data passar em branco, a oposição vai usar a ironia para lembrar a data. Os vereadores Val, Diogo Cantarelli e Louro do Juá pretendem cortar um bolo e mais uma vez provocar a atual gestão. Segundo Val, que é líder da oposição, o bolo será apresentado em dois momentos. “Iremos cortar um pela manhã, com bolas e tudo mais, no local do terreno escolhido. O outro vai ser a noite, durante a Sessão da Câmara. É uma forma de protestar, já que o prefeito não cumpriu o acordo feito com os vereadores”, disse Val.
O vereador Rogério Meneses, crítico ferrenho no caso do terreno, disse que pela manhã não vai fazer parte desse protesto. Ele vai gravar o programa que tem na TV Pernambuco e por isso não pretende ir ao evento.
O secretário de Comunicação da prefeitura de Caruaru, Aquiles Lopes, disse que a intenção da oposição não faz sentido e que segundo ele, o terreno não foi desapropriado por culpa da própria Câmara. “A prefeitura nunca recebeu da Câmara um laudo técnico com avaliação do terreno, com isso é impossível desapropriar o mesmo. Esse laudo deveria informar quanto vale a propriedade, qual o tamanho, enfim, tudo especificado. Faz um ano e a Câmara não enviou esse documento”, disse o jornalista.
A polêmica continua e o advogado Marcelo Queiroz, que defende o proprietário do terreno, disse que desconhece a questão do laudo. “O que existia era uma negociação amigável entre as duas partes, então o dinheiro já devia ter sido pago. Se fosse uma desapropriação judicial aí o depósito deveria ter sido feito antes, mas como a questão é amigável bastava desapropriar e fazer o pagamento, o que não houve”, justifica.
IMBRÓGLIO – A decisão de comprar um terreno começou no fim de 2009, quando o ex-presidente da Câmara, Rogério Meneses, negociou a devolução da economia de 1 milhão de reais ao Executivo. Na época, o prefeito Zé Queiroz reuniu a imprensa e disse que 300 mil iriam ser investidos para a compra do terreno e o restante do dinheiro, cerca de 700 mil reais, iriam contemplar 12 ruas com calçamento. A ideia dos vereadores na época da devolução do dinheiro era que nesse terreno pudesse ser construída a tão sonhada sede própria do legislativo caruaruense, já que hoje, parte do prédio localizado na 15 de Novembro é alugado, o que gera um custo de 4 mil reais mensais aos cofres públicos.