O início da gestão de Ingrid Zanella à frente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE) tem sido marcado por questionamentos e insatisfações. A presidente enfrenta críticas por ter descumprido justamente as propostas que aliviariam o bolso da advocacia, como a “anuidade zero” para jovens advogados, a “anuidade solidária” em que os escritórios seriam obrigados a pagar a anuidade dos associados e colaboradores, além do desconto de 40% para advogados autônomos.

A justificativa apresentada pela OAB-PE foi a impossibilidade de execução dessas propostas sem a autorização do Conselho Federal. Em nota publicada nas redes sociais nesta sexta-feira (03), a entidade informou que havia solicitado, ainda antes da posse, a aprovação das medidas ao Conselho, mas a resposta foi negativa. No entanto, as explicações não foram suficientes para conter a insatisfação da classe.

A postagem oficial, publicada no Instagram da OAB-PE, acumulou mais de 1.200 comentários criticando a falta de palavra de Ingrid Zanella. Em resposta às críticas, Ingrid Zanella comentou em outra postagem da OAB-PE que “a gestão começou agora e todas as nossas metas são para o triênio 2025/2027”. Contudo, essa declaração não corresponde ao que foi prometido durante a campanha, especialmente em publicações como a de 16 de novembro, quando a então candidata prometia que as medidas seriam implementadas a partir de 2025.

O fato de a atual presidente ter sido vice-presidente nas últimas duas gestões reforça as cobranças, pois presume-se que um grupo que ocupa o poder há quase duas décadas deve estar plenamente ciente das limitações e possibilidades legais antes de comprometer-se com toda a classe. Os advogados recordam, ainda, que as propostas foram avalizadas pelos ex-presidentes Bruno Baptista e Fernando Ribeiro, Conselheiros Federais da OAB-PE, que defendiam a viabilidade integral das propostas, sem qualquer condicionante.