Ainda durante o lançamento do programa Chapéu de Palha em Caruaru, o governador Eduardo Campos (PSB) também foi questionado por jornalistas se ele aceitaria na base da Frente Popular o deputado estadual Tony Gel e a ex-deputada Miriam Lacerda, ambos atualmente no DEM. Os dois já afirmaram publicamente que estão analisando a possibilidade de sair do Democratas e surgiu inclusive a especulação de que ele poderia ir para a base de Eduardo, após Tony declarar que votaria no socialista para presidente, por uma questão de pernambucanidade.
“Vocês sabem que a gente nunca esteve do mesmo lado na política. Sempre estivemos em conjuntos diferentes, mas isso nunca impediu que houvesse uma relação de respeito com o deputado Tony Gel e com Miriam. Acho que nós pernambucanos, em outros momentos já mostramos a capacidade de nos unir, acho que quando a gente faz política de maneira serena, sem agredir os outros, fazendo a política das idéias, sempre ficam abertas as portas para defender uma causa em comum. Aprendi desde cedo, com meu avô, que a gente deve buscar as frentes políticas que são necessárias para atingir as vitorias, que não são apenas eleitorais, mas a vitória de mudar a visa dos pernambucanos para melhor”, ponderou o governador.
Indagado ainda se o próprio avô dele, Miguel Arraes, que foi governador de Pernambuco, aceitaria um apoio a um político historicamente de direita, como é o caso de Tony Gel, o socialista lembrou de outros momentos históricos de alianças entre políticos com posicionamentos divergentes. “A gente tem que saber receber apoio, quando temos segurança do que é, quando há um conjunto de idéias com as quais a gente se compromete, quando há um programa de governo bem segundo, nós deixamos a disputa de pessoas e passa a fazer a disputa no campo das idéias. Quando nós decidimos receber um apoio é porque a gente sabe que não é possível dar conta só com aquele serviço ou tarefa. Vimos em momentos históricos distintos que Arraes fez aliança com Paulo Guerra em 62 para vencer a eleição e ele não renunciou ao que pensa, vimos o presidente Lula, operário sindicalista, fazer aliança com um empresário como Zé de Alencar e isso em nenhum momento fez com que um ou outro saísse diminuído. Agora, existem alianças e alianças, circunstâncias e circunstâncias, essa é a tese, quando a gente traz isso para a realidade, às vezes a tese cabe, às vezes não”, concluiu.