Grande Recife tem segunda menor inflação em novembro entre 16 regiões do Brasil pesquisadas pelo IBGE

Mário Flávio - 09.12.2020 às 11:30h

Em novembro, a inflação da Região Metropolitana do Recife (RMR), medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,36%, a menor porcentagem dos últimos seis meses. Esse também é o segundo menor valor entre as 16 localidades pesquisadas, atrás apenas de Brasília, com 0,35%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (8) pelo IBGE.

O resultado da RMR demonstra uma queda acentuada em comparação ao mês de outubro, quando o indicador registrou 0,82%, o maior índice do ano. No Brasil, por outro lado, a inflação avançou 0,89%, o resultado mais alto para um mês de novembro desde 2015.

Ainda assim, o Grande Recife registrou, em novembro, a quarta maior variação do país entre as 16 localidades pesquisadas, tanto no acumulado do ano, com 4%, quanto no acumulado dos últimos 12 meses (5%). A RMR ficou atrás apenas dos municípios de Campo Grande e Rio Branco, além da Região Metropolitana de Fortaleza.

Alimentação e bebidas com maiores reajustes

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA entre 28 de outubro e 27 de novembro, houve elevação nos preços em sete deles. Mais uma vez, o maior reajuste ocorreu em alimentação e bebidas, com oscilação positiva de 1,08%. O aumento no setor, no entanto, foi menor do que o registrado no mês de outubro, quando o indicador chegou a 1,38%. A mesma atividade também ostenta o maior índice no acumulado do ano: 11,8%.

Após meses de índices negativos, o setor de vestuário está em segundo lugar entre os grupos com maiores aumentos no IPCA-15, com 0,7%. Na sequência, estão comunicação e habitação, empatadas com 0,54%, artigos de residência, que incluem móveis, utensílios domésticos, aparelhos eletrônicos e serviços de conserto/manutenção, com 0,41%, educação (0,07%), saúde e cuidados pessoais (0,03%).

Na inflação de novembro, a mercadoria com a maior variação de preço foi a batata-inglesa, com reajuste de 21,46% em relação ao mês anterior. A uva está em segundo lugar no ranking, com aumento de 13,92%, seguida pelo contrafilé (12,52%). O cheiro-verde (11,89%) e o mamão (8,5%) completam a lista dos cinco produtos com maior reajuste. O óleo de soja está em sexto lugar, com 7,93%, e o arroz, cuja escalada de preços chamou a atenção ao longo do ano, subiu 5,16%.

Já os grupos de produtos e serviços que apresentaram queda no IPCA em novembro foram transportes (-0,25%) e despesas pessoais (-0,14%).

O item que mais baixou de preço foi o melão, com redução de -13,61%, junto com a banana-prata (-8,72%) e a cebola (-8,61%). As passagens aéreas, que tinham aumentado 47,67% em outubro, agora são o quarto produto com maior diminuição no valor em novembro, com retração de -6,61%.

IPCA no Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro foi de 0,89%, 0,03 pontos percentuais acima da taxa de outubro (0,86%). Essa é a maior variação para um mês de novembro desde 2015, quando o IPCA foi de 1,01%. No ano, o indicador acumula alta de 3,13% e, em 12 meses, de 4,31%, acima dos 3,92% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2019, a variação havia sido de 0,51%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em novembro. A maior variação (2,54%) e o maior impacto (0,53 p.p.) vieram, mais uma vez, do grupo Alimentação e bebidas, que acelerou frente a outubro (1,93%). A segunda maior contribuição (0,26 p.p.) veio dos Transportes (1,33%). Juntos, os dois grupos representaram cerca de 89% do IPCA de novembro. Os Artigos de residência (0,86%), por sua vez, desaceleraram em relação ao mês anterior (1,53%), assim como Vestuário (0,07% em novembro, frente à alta de 1,11% em outubro). Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,13% em Saúde e cuidados pessoais e a alta de 0,44% em Habitação.

IPCA com coleta remota

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 28 de outubro e 27 de novembro de 2020 (referência) com os preços entre 29 de setembro e 27 de outubro de 2020 (base). Cabe lembrar que, em virtude da pandemia de COVID-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.