As prévias eleitorais demonstram que o ex-presidente Lula está se cacifando para concorrer à Presidência da República em 2018, apesar dos muitos processos a que ainda responde na justiça. Paradoxalmente, um dos grandes responsáveis pelo seu fortalecimento eleitoral é o ministro Gilmar Mendes, indicado para o STF pelo então presidente FHC e o mais polêmico e político membro da Suprema Corte. Gilmar se identifica tanto com o partido de FHC que já foi rotulado como “líder do PSDB” no STF, sem se incomodar com esse tipo de crítica.
Ele não leva em conta decisões colegiadas, que deveria ser a regra naquela Corte. E, monocraticamente, mandou pôr em liberdade um empresário de ônibus do Rio de Janeiro acusado da prática de corrupção e o ex-governador Anthony Garotinho, igualmente citado em práticas nada republicanas. Ora, se um ministro do STF está reconhecendo que muitos dos envolvidos na Lava Jato estão presos sem culpa no cartório, o cidadão comum fica no mínimo na dúvida sobre se o ex-presidente Lula praticou, de fato, os malfeitos que o levaram a ser condenado a 9 anos e 6 meses de prisão.
E intimamente pensa o seguinte: “Bem, já que todos calçam 40, fico com aquele que, pelo menos, melhorou a vida dos mais pobres”.