O 39º Congresso da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) não foi só polêmica e acusações de fraude, mas de 14 a 16 de junho também foi marcado por Painéis de debate para discutir temas como a Democratização do Acesso, Financiamento da Educação, Plano Estadual de Assistência Estudantil, Produção Cultural, ProUni, INSAES e a Regulamentação do Ensino Privado, Ciência e Tecnologia. Durante as atividades estiveram presentes a vice-presidente do Sintemp, Antônienta Trindade, o reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Anizio Brasileiro, o deputado estadual Rodrigo Novaes (PSD), a pró-reitora de assistência estudantil da Univasf, Izabel Angeline, a secretaria do Meio Ambiente do Recife, Cida Pedrosa, entre outros representantes.
No contexto
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Para o estudante de Sistemas das Informação da UPE, Rik Daniel, membro da UJR, as atividades realizadas permitem uma maior conscientização dos jovens. “Esse congresso serviu como conscientização da juventude sobre o que vem ocorrendo no nosso estado, por exemplo, eu participei de uma mesa de debate sobre o legado da copa do mundo no nosso estado com o deputado Aloísio Lessa. Foram pontos de vistas distintos, alguns defenderam a copa e outros atacaram veementemente”, ressaltou. O congresso teve também a presença da deputada federal, Luciana Santos, que abordou temas relacionados à “mídia como 4º poder, que determina propostas para o Brasil”. O coordenador geral do Sinpro Pernambuco, Jackson Bezerra, também foi palestrante no evento e expôs o tema Regulamentação da Educação Privada.
Como representantes das esferas governamentais, o secretário municipal de Educação, Welson Costa, representou a gestão municipal, no lugar do prefeito Zé Queiroz (PDT). Além disso, o secretário estadual de Educação Ricardo Dantas, o secretário de Ciência e Tecnologia, Marcelino Granja, entre outros que também marcaram presença no cerimonial do Congresso, que concentrou grupos de palestras e painéis de debates, nos dias 15 e 16.
De acordo com estudante de Administração da UFRPE, Emerson Santos, membro do movimento Mudança, apesar dos problemas na plenária final, o evento foi um marco histórico por estabelecer o fortalecimento da oposição de esquerda na entidade, através da união entre tendências políticas distintas. “O congresso foi vitorioso, de luta, massificado e comandando pelos estudantes. Foi plural, reuniu estudantes de todas as regiões do estado. Foram 3 dias de debates intensos, calorosos e ricos. A sensação foi de vitória do movimento estudantil que saí mais forte e com mais vitalidade. A plenária final foi linda, as tendencias do PT (MUDANÇA, ACIONANDO FLORES, COLETIVO QUILOMBO e etc.) se unificaram, algo quase que inédito. A UJR e o Levante popular da Juventude se juntaram também e formaram uma oposição grandiosa que detinha a maioria do congresso. O movimento bloco na rua tentou manobrar, mas os estudante se retiraram e foram fazer uma plenária no restaurante. E foi lá no restaurante, com a maioria dos delegados que houve a plenária final e a eleição do estudante petista e estudante de psicologia da UNICAP para presidente da UEP no próximo biênio”, frisou.
No entanto, a opinião do estudante difere da divulgação oficial da majoritária atual da UEP, que vem reconhecendo a estudante de Enfermagem da UPE, Melka Pinto, como a presidenta eleita oficialmente na plenária oficial do Congresso, já que houve duas eleições paralelas, depois de uma discordância da chapa de oposição à majoritária, que criticou o credenciamento feito para eleição e decidiu fazer a outra eleição, rejeitando a escolha de Melka para a nova diretoria da entidade.
Em paralelo a essa polêmica, que ainda está sendo debatida entre os membros da entidade, o domingo teve, em compensação, um dos momentos mais marcantes, com a presença de Joana Melo, viúva de Cândido Pinto, que dá nome a entidade. “Me sinto realizada ao saber que a luta do meu marido não foi em vão”, destacou. Cândido foi um dos mais notáveis presidentes da UEP, sendo eleito durante a Ditadura Militar. Perseguido pelos militares, sofreu um atentado em 29 de Abril de 1969 que lhe deixou numa cadeira de rodas pelo resto da vida. Em 2005, a entidade foi reativada e passou a adotar o nome União dos Estudantes de Pernambuco – Cândido Pinto, em homenagem ao militante.