Do Poder360
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), afirmou que há uma “intersecção” entre criminosos e colecionadores, atiradores e caçadores (CACs). Segundo ele, existem colecionadores que colaboram com o crime organizado.
Dino deu a declaração durante audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado, nesta terça-feira (09). O ministro foi convidado pelo senador Magno Malta (PL) para falar sobre planos e a agenda estratégica do governo federal para a segurança nos próximos anos.
Em sua participação, Dino falou sobre a existência de “narco milícias”, o que ele definiu como o “casamento do narcotráfico com a milícia”, e comparou o fenômeno à entrada de colecionadores no crime organizado.
“Criminosos viraram CACs, e CACs também se associaram à prática criminosa. E por isso tem ocorrido as prisões. Ou seja, infelizmente, nós temos uma zona de intersecção. É claro que temos a imensa maioria dos CACs não comete crimes, mas nós temos alguns CACs que estão a serviço de organizações criminosas”, disse o ministro aos senadores.
Dino mencionou os números da operação Day After, deflagrada na última semana pela Polícia Federal (PF) depois do fim do cadastro de armas de colecionadores.
Segundo ele, o governo já apreendeu 114 fuzis e 1.146 pistolas nos cinco primeiros meses de 2022. O número é exorbitante na comparação com 2022, quando foram confiscados 12 fuzis e 135 pistolas.
Durante a operação, a PF anunciou que prendeu 49 CACs e pessoas com porte de armas em geral que realizaram o recadastramento do armamento, mas tinham um mandado de prisão em aberto. Segundo a corporação, a existência de mandado de prisão quebra o requisito da idoneidade necessário para tirar o porte de arma de fogo.