Do Blog de Jamildo
O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe-PE) diz que vem cobrando a definição de um calendário para o retorno das atividades presenciais das escolas.
No dia 03 de julho, o sindicato enviou ao governo estadual uma proposta de retomada, mas não obteve resposta.
Semana passada, foi enviada uma carta ao governador Paulo Câmara, também sem resposta.
Nesta segunda, o Sinepe-PE questiona a sequência do plano de retomada e solicitou que a volta da rede privada seja desvinculada da rede municipal.
“Muitas atividades, classificadas como alto e médio risco, estão sendo liberadas no estado, entre elas, a Feira da Sulanca em Caruaru, por exemplo. O plano de retomada não está seguindo uma sequência lógica, segundo as regras sanitárias de biossegurança. Foi um avanço a recente divulgação de um calendário para retomada das aulas presenciais para cursos livres, que incluem aulas de idiomas, de qualificação e formação profissional e cursos das autoescolas. Por que não seguir os mesmos critérios e definir uma data para a volta das aulas presenciais na educação básica e ensino superior?”, questiona o presidente do Sinepe-PE, José Ricardo Diniz.
Em reunião, terça-feira (04), a Associação Municipalista de Pernambuco (AMUPE) defendeu que as aulas presenciais só deveriam voltar em 2021.
“Não aceitamos tal hipótese. Várias escolas da rede municipal podem não estar preparadas, mas as escolas da rede privada estão prontas para a reabertura, e acreditamos que grande parte da rede estadual, particularmente as EREM’s de tempo integral, também deve estar pronta. Os alunos não podem ser prejudicados enquanto muitos prefeitos priorizam outros assuntos em detrimento da educação”, afirma José Ricardo Diniz.
O sindicato defende um retorno desvinculado da rede municipal de ensino de Pernambuco e destaca que eliminar o ano letivo de 2020 pode caracterizar crime de responsabilidade.
“Investimos forte e estamos prontos para o presencial. O funcionamento será em regime híbrido, deixando a cargo da família a decisão de levar os filhos à escola ou permanecer no sistema remoto”, afirma José Ricardo.
O presidente ainda exemplifica a volta às aulas em São Luís, no Maranhão, e Manaus, no Amazonas.
“Se foi possível nesses estados, por que não seria possível aqui, com a nossa curva decrescente de contaminação e toda a preparação com protocolos, consultorias com infectologistas e amplo assessoramento das instituições?”, questiona.
A ONU afirma que o retorno presencial às escolas, principalmente das crianças da pré-escola, deve ser prioridade máxima em todo o mundo, pois as crianças e jovens estão correndo o risco de sofrer perdas incalculáveis nas áreas cognitiva e socioemocional.
“A cobrança por uma definição urgente de data se dá também em atenção a professores e funcionários do corpo escolar.Um segmento de extrema responsabilidade, como a escola, não pode continuar sem um norte para refazer o seu planejamento educacional, administrativo e financeiro”, disse o presidente do Sinepe-PE.