Entrevista – Fábio José diz que vai cobrar sem agressões

Mário Flávio - 27.10.2012 às 09:01h

Entrevista de Wagner Gil publicada no Jornal Vanguarda

Esta semana, VANGUARDA entrevista o candidato a prefeito de Caruaru, Fábio José, que este ano entrou na disputa majoritária pelo Psol e ficou na terceira colocação. Mesmo não sendo eleito, ele disse que vai implementar o mandato popular, ou seja, uma caravana para visitar todas as comunidades e levar os principais problemas à Câmara de Vereadores e ao prefeito.

Jornal VANGUARDA – Como o senhor avalia o resultado das eleições municipais em Caruaru?
Fábio José – Essa eleição foi um caso à parte, pois raramente existem vitórias com tanta sobra como foi essa eleição. Mas o importante é que Caruaru mostrou que uma via alternativa de fato vai vingar, pois o carinho das pessoas nas ruas é grande e o sentimento de mudança também. Tenho consciência que esse processo é meio demorado, mas terei paciência em construir esse caminho. Eu amo Caruaru de verdade e estarei sempre lutando pelo meu povo.

JV – Apesar do senhor ter uma votação baixa, sua chapa proporcional não conseguiu eleger um vereador como era a meta antes da eleição. Como um partido de esquerda pode encarar um pleito municipal em igualdade de condições com grupos tradicionais?
FJ – Eu não considero a nossa votação baixa (2%), pelo contrário, estou muito feliz com o resultado das eleições, pois o nosso grupo sem recursos conseguiu ir muito longe. foi uma eleição milionária para ambos os grupos. Nossos votos foram no peito e na raça. O melhor é o sentimento dos eleitores de Queiroz e Miriam, em relação à nossa candidatura. Um sentimento de carinho. Já o resultado da eleição proporcional nós tínhamos certeza que conseguiríamos eleger um vereador, mas da sexta até o domingo muita coisa aconteceu e muitos votos dos nossos vereadores foram usurpados “por forças ocultas”.

JV – O que o senhor pretende fazer após as eleições?
FJ – Nós vamos instalar em Caruaru o mandato popular. Nossa meta é ir aos bairros, ouvir a população através da caravana do povo e, em plenárias, relatar todos os problemas das comunidades. Vamos fotografar e filmar tudo, relatando de forma objetiva e concisa os problemas às autoridades. Vamos exigir as medidas imediatas, mas, é claro, obedecendo sempre o trâmite da burocracia. Vamos continuar cobrando como representante do povo e não com agressões e falta de coerência.

JV – O senhor será candidato pelo Psol em 2014?
FJ – Sim, claro. Eu espero não ficar de fora de um pleito nem tão cedo, pois sempre teremos que lutar para representar o povo. Só poderemos fazer isso disputando as eleições. Serei, sim, candidato, só é cedo para definir como participarei do pleito como estadual ou federal.

JV – Como o senhor avalia o resultado das eleições proporcionais e o quadro de vereadores que vão assumir a Câmara em 2013?
FJ – Algumas surpresas aconteceram nessa eleição. Candidatos que eram certos para reeleição e que não conseguiram voltar, enquanto outros que surpreenderam e vão pela primeira vez ocupar uma cadeira. Sinceramente espero que, a partir de 2013, as sessões realizadas pelos nossos edis sejam voltadas para os problemas da nossa cidade. Eu estarei lá presente levando os relatórios para que eles analisem e discutam tomando as medidas necessárias.

JV – O senhor pretende ocupar espaço na mídia fazendo oposição ao governo José Queiroz ?
FJ – Não, nós vamos ocupar espaço na mídia relatando tudo o que precise ser feito em benefício do meu povo. Agora pelo fato de José Queiroz ser o prefeito, vamos sempre está dialogando com o povo as suas necessidades e cobrar dele as atitudes e ações.

JV – Como o senhor avalia o governo de José Queiroz?
FJ – Ele pecou muito em alguns pontos. Sinceramente espero que na nova gestão reavalie seus secretários e não cometa os mesmos erros do passado, especialmente na saúde, educação, habitação e infraestrutura.

JV – Como avalia o governo de Eduardo Campos?
FJ – Pernambuco está em ritmo crescente. Precisamos desenvolver mais as causas sociais e dar mais educação, saúde e condição de vida para as pessoas mais humildes.

JV – Como o senhor avalia o governo de Dilma?
FJ – Faço a mesma avaliação que fiz ao governador, mas com uma ressalva: Lula olhava mais pelo Nordeste, em especial por Pernambuco.

JV – Qual sua opinião sobre o julgamento do Mensalão?
FJ – Esse julgamento é apenas a ponta de um gigantesco ice berg. Pena que só temos um Randolf como senador e, mesmo assim, sozinho, conseguiu desmantelar o esquema Cachoeira e caçar Demóstenes Torres. Lembrando que Randolf é senador do Psol. Acredito que o Brasil está começando a engatinhar para a ética e seriedade na política.