Em reunião com o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Fernando Cerqueira, nesta segunda-feira (27), o presidente da OAB-PE, Bruno Baptista, disse que a Ordem pernambucana vê com preocupação o projeto de readequação das unidades judiciárias e a estimativa de fechamento de 44 comarcas em todo o Estado.
Baptista vê “efeito nocivo de prejuízos” no acesso à Justiça nas cidades de interior que o projeto pode acarretar.
A reunião entre os dois presidentes serviu para o TJPE apresentar à OAB-PE o projeto de readequação das unidades judiciárias. Juízes auxiliares da presidência do TJPE, que produziram o estudo, também participaram da reunião de forma telepresencial.
O desembargador Fernando Cerqueira apresentou justificativas operacionais e financeiras para o encerramento de algumas comarcas, como a baixa distribuição de processos e a redução de despesas de custeio, agravada pela pandemia.
“Levamos ao TJPE a nossa preocupação com a questão do acesso à Justiça. Isso é fundamental para a cidadania e é o que deixa a advocacia apreensiva neste momento. Há casos de comarcas, que podem ser fechadas e incorporadas à vizinha, onde a distância de uma para outra é de mais de 50 quilômetros. Nesse momento de crise, imagina uma parte, que passa por dificuldade financeira, ter que se deslocar mais de 100 quilômetros, entre ida e volta, para participar de uma audiência? Este impacto também recai sobre a advocacia do interior. O que precisamos é de soluções criativas, do ponto de vista da gestão, para que o acesso à Justiça não fique prejudicado”, avaliou Bruno Baptista.
O projeto de readequação das unidades judiciárias ainda será submetido ao plenário do TJPE, em sessão com data ainda não definida. Até lá, o projeto pode sofrer mudanças.
“Vamos continuar em diálogo com o tribunal na busca por uma solução alternativa que mantenha o funcionamento das comarcas”, afirmou o presidente da OAB-PE.