Em Recife, manifestação radical e esvaziada

Mário Flávio - 23.03.2014 às 09:28h

Do Jornal do Commercio

Uma mistura de ideologias radicais por pouco não levou a um confronto físico entre grupos, nesta tarde, na Praça do Derby. A Marcha da Família com Deus pela Liberdade, convocada por militares inativos e simpatizantes do Golpe de 64, não reuniu mais que 50 pessoas, no Recife, mas foi suficiente para agitar, assustar e necessitar a presença de policiais do Choque para desarmar o campo de batalha armado pelo radicais.

Com provocações de parte a parte, o acirramento começou quando um grupo de skinheads (identificado como Carecas do Brasil) se juntou aos integrante da Marcha, mais a presença de um integralista com farda e a bandeira com o sigma (símbolo do Integralismo), e de outro lado apareceu um grupo de black blocs anarquista. A direita pedindo uma nova intervenção militar no Brasil e os anarquistas pregando democracia e repudiando o regime militar.

Entre troca de ofensas e provocações, a maior dificuldade dos dois lados foi o da formulação de frase com nexo. “O comunismo não respeita a pátria, muita gente gosta é de futebol… na democracia tem gente que não sabe nem escovar os dentes, quanto mais escolher presidente”, exaltou um integrante da Marcha da Família. “Nossa convocação foi pela Marcha da Família com Deus e a intervenção militar. Esse grupo de skinheads não faz parte. Estão aqui apenas porque têm a mesma ideologia”, ressalvou o 1º tenente da reserva do Exército e um dos organizadores do ato, Hildebrando Ferreira, que impediu o confronto com os membros do black blocs. “Não passarão, não passarão, os crimes cometidos pelo regime militar”, devolviam as provocações os anarquistas.

A manifestação se dispersou às 16h30, com cada grupo seguindo caminho distinto. A PMPE orientou policiais na Av. Conde da Boa Vista a ficarem atentos aos grupos que seguiram o mesmo itinerário.