Motoristas e outros servidores de linhas de ônibus de Caruaru decidiram realizar uma paralisação de advertência em Caruaru na próxima quarta (14), das 4h às 9h, alegando retaliação por ainda não começarem a receber um aumento que havia sido acordado com proprietários de linhas de ônibus do município em junho de 2013. O acordo prevê um aumento de 7%, além de acréscimo de R$ 171 em tickets para a categoria.
No contexto
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Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Caruaru, Francisco de Brito, os veículos permanecerão estacionados nas garagens das empresas de ônibus. Insatisfeitos, os motoristas reclamam que já deveriam receber os valores atualizados em agosto. “O aumento já está definido, as empresas deveriam pagar, passou-se o mês e desde 5 de agosto, que é data do pagamento, não recebemos nada além do salário desatualizado”, lamentou. O salário passaria de R$ 1500 para R$ 1605 para motoristas. Os valores de cobradores passariam de R$ 738, 20 para R$ 909, 50, enquanto os fiscais teriam aumento de R$ 965, 30 para R$ 1037, 90, segundo dados da Associação de Empresas de Transporte Coletivo de Caruaru.
Na verdade, ele explicou também que semana passada houve uma reunião entre a entidade e empresários, já que os empresários alegaram que não seria possível pagar o acordo, por não ter sido sancionado o reajuste tarifário de R$ 1,80 para R$ 2,10 nas passagens. A reunião não resolveu, assim como também não houve soluções em uma reunião realizada dias atrás entre a categoria e o secretário de Governo, Clóvis Cavalieri.
“O prefeito enviou o secretário para uma reunião conosco, dizendo que os problemas seriam resolvidos, mas nada ocorreu. As empresas estão alegando que porque não houve aumento de passagem não é possível dar nosso aumento. Mas o prefeito pode diminuir impostos sobre as empresas, para compensar essa atualização”, acrescentou.
De acordo com o diretor de uma das linhas de ônibus da cidade, Ricardo Henrique, membro da associação, disse que só seria possível atender essas reivindicações caso o poder público municipal decida conceder o reajuste ou diminuir impostos sobre as linhas de ônibus. “Na reunião com o secretário Clóvis, externamos a a preocupação de que há impacto na folha de pagamento, devido à falta do reajuste tarifário, é a terceira vez que não ocorre esse reajuste. Mas não obtivemos resposta depois disso. Com esse novo dissidio coletivo já passamos para 23% de insumos. O sistema está deficitário e com um problema de Caixa gritante. A única coisa que vai resolver é a tarifa reajustada ou desoneração sobre os impostos pagos pelas empresas”, explicou. A Associação chegou ainda a dar um prazo de espera de 90 dias para os motoristas, mas na espera de que a prefeitura se pronuncie e dê uma resposta.
Já a Prefeitura de Caruaru informou que não vai interferir em negociação sobre empresários e servidores de transporte urbano. “Estão querendo associar a questão tarifária à possibilidade de darem o reajuste aos funcionários. São duas coisas distintas”, disse Clóvis Cavalieri.