A comissão externa que apura a tragédia da boate Kiss, em Santa
Maria, no Rio Grande do Sul, promoveu audiência pública nesta terça-feira
(12), na Câmara Federal. Os parlamentares ouviram representantes dos Corpos de Bombeiros de alguns Estados do Brasil, como o Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Pará e Rio Grande do Sul. Integrante da comissão, Augusto Coutinho (DEM-PE) lembrou que o incêndio que matou pelo menos 241 jovens foi provocado principalmente pela alta combustão da espuma que revestia as paredes e teto da casa noturna.
O tenente-coronel Vitor Hugo Cordeiro, do Corpo de Bombeiros do Rio Grande
do Sul, ressaltou que a tragédia que a tragédia na boate Kiss poderia
acontecer em qualquer lugar do Brasil. Segundo ele, houve uma série de
falhas, “que devem ser sanadas com novas normas e melhor legislação”.
Também destacou que não foi autorizada a colocação do produto no
revestimento da boate. “Como isso foi colocado e quem colocou vai ser
esclarecido com o devido tempo”, explanou, sendo rebatido em seguida por Augusto Coutinho. “Quem colocou foi o dono da boate, que tem que ser o
responsável. Não eu e nem você… Se é o engenheiro que assinou (a obra da
boate) também deve ser responsável. A gente precisa definir uma coisa
básica dessas audiências. Quem tem que ser responsabilizado é quem faz as
coisas. Têm o projeto e fazem de forma equivocada”, afirmou o deputado
democrata.
Durante a audiência pública, o tenente-coronel pediu que o número de
bombeiros seja proporcional à população de cada Estado. Segundo ele, no Rio Grande do Sul, existe um déficit para atender à demanda. Essa foi a principal reivindicação dos bombeiros que participaram da audiência pública, quando apresentaram sugestões de mudanças na legislação e em diversas normas que tratam da prevenção contra incêndios.