O lançamento do programa de Governo do PSB/Rede acabou servindo para mostrar que a campanha vai ser quente entre o governador Eduardo Campos (PSB) e a presidenta Dilma Roussef (PT). No discurso, o pré-candidato do PSB a presidente da República disse que o brasil está fora dos trilhos e que o país precisa voltar a avançar em questões importantes para os mais pobres.
Ele citou a educação de Pernambuco como exemplo para o resto do Brasil, com índices que segundo ele, são superiores aos de estados mais ricos do País. “Temos mais escolas em tempo integral que em estados como em todo o Sudeste brasileiro. E eu sei o que essas escolas integrais fizeram na vida de muitos filhos dos cortadores de cana da zona da mata, da agricultura familiar do sertão seco com uma seca de três anos ininterruptos e na vida de muitas mães que criam os filhos sozinhas na periferia do Grande Recife. Botar essas crianças nas universidades e nas escolas técnicas e no mercado de trabalho, para compreender o mundo e querer participar no bairro”, disse.
O governador de Pernambuco disse ainda que o Pacto pela Vida deve ser um exemplo a ser seguido pelo Brasil, já que o país não consegue avançar com políticas eficientes para que as pessoas sintam isso na prática. “O Pacto pela Vida é uma exigência de um país, diferente do mundo que matou e torturou. Se foi possível fazer essa transição da época da ditadura, porque não é possível fazer uma política de segurança pública que proteja os pobres, pretos, despossuídos, mulheres, crianças, gays, lésbicas da violência urbana. Fica um jogando o problema pra cima do outro, quando todo mundo deve ir pra cima do problema, que precisa de solução”, esbravejou.
As críticas do pré-candidato do PSB se estenderam a saúde. O governador destacou que o dinheiro precisa ser melhor aplicado, só assim, a população mais pobre poderá ser atendida de forma eficaz. “As pessoas olham assim e dizem se foi possível por fim em 20 anos de inflação, por qual motivo não é possível por fim a essa desestruturação que se vive na área de saúde no Brasil e enfrentar isso sistematicamente, para priorizar os recursos e focar nos que mais precisam e não ter um bocado programinha muitas vezes com repercussão de impacto zero no meio do povo”, disse.
A mobilidade urbana também foi alvo de críticas do socialista. Ele voltou a falar de mau uso do dinheiro público pelo governo do PT. “Se foi possível arrumar dinheiro para que os bancos emprestassem dinheiro a gente, para comprar motocicleta e carro, por qual motivo não dá para arrumar dinheiro para fazer metrô, via expressa de ônibus, um transporte coletivo de qualidade e ciclovias”, pontuou.
O governador de Pernambuco encerrou o discurso com o tom de candidato e disse que o debate precisa ser de alto nível. “Vai voltar a voz da esperança de que esse País vai voltar aos trilhos, a construir cidadania na vida do seu povo, efetivamente para um caminhar na construção da cidadania, para isso é preciso e fundamental que cada um possa entender o sentido do que está sendo feito aqui. Não haverá disputa regional que se colocará por cima do que estamos discutindo aqui, tudo o que vamos fazer será decorrente do que estamos tratando aqui e vamos fazer o que tem que ser feito, ouvindo, deixando participar, mas decidindo, liderando um processo que vai levar esse País a se levantar cheio de esperança para a construção de um novo ciclo, que vai fazer muito bem ao povo brasileiro”, expôs.
Participaram do evento a ex-senadora Marina Silva, os governadores e prefeitos das principais cidades do Brasil que são dirigidos pelo PSB. Ana Rebeca Passos para o Programa Conteúdo.