Eduardo Cunha será cassado, prevê deputado pernambucano

Mário Flávio - 17.11.2015 às 07:04h

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O deputado Daniel Coelho (PSDB) declarou no Recife, nesta segunda-feira (16), que os dias de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara Federal estão contados.

Ele não quis fazer previsão sobre a data em que o peemedebista deverá ser cassado por quebra do decoro parlamentar, mas acha que não passará de abril do próximo ano.

Nesta segunda, o relator do processo de Cunha no Conselho de Ética, Fausto Pinato (PRB-SP), apresentou um relatório preliminar no qual afirma haver “indícios” do envolvimento de Cunha com atos de corrupção.

Seu parecer deverá ser apreciado pelo Conselho nesta quarta-feira (18). Caso seja aprovado pela maioria dos membros do colegiado, abre-se formalmente um processo contra Cunha, que será julgado pelo plenário.

De acordo com o deputado pernambucano, as explicações dadas por Cunha sobre as contas bancárias que abriu na Suíça e das quais não seria proprietário, mas apenas “usufrutuário”, foram “ridículas”, o que minou o seu resto de credibilidade na Câmara Federal.

Coelho reconhece que Cunha ainda é muito forte, porém não é mais forte que a instituição “Câmara Federal”, que precisa ser preservada.

Por sua vez, a pedido do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador e ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM), não vai entrar com representação no Conselho de Ética do Senado contra o líder da bancada do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), que o chamou de “bandido” numa reunião da Comissão Mista Permanente de Mudanças Climáticas, presidida pelo senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho (PSB).

Durante a mencionada reunião, Caiado questionou o ministro sobre o processo de privatização da Celg (Centrais Elétricas de Goiás). Eduardo Braga virou-se de lado e seu gesto foi interpretado por Caiado como “indiferença” à sua pergunta.

Irritado, Caiado levantou-se da cadeira e foi tomar satisfações com o ministro, desafiando-o, inclusive, para uma luta corporal após chamá-lo de “bandido”.

– Bandido é Vossa Excelência – rebateu o ministro diversas vezes, sendo acalmado por Fernando Bezerra Coelho, que o convidou para proferir uma palestra sobre “clima”.

Renan teria convencido o colega a não acionar o Conselho de Ética, pois isso só iria agravar ainda mais a crise política que o Brasil atravessa.