E o pós-feriado trouxe novidades importantes na política nacional que mexem diretamente com a política local, já que a grande novidade desse fim de semana foi a confirmação da provável filiação do ex-juiz Sérgio Moro ao partido Podemos, do senador Álvaro Dias, que deve disputar a reeleição.
Moro deve disputar a eleição para presidente ano que vem e isso pegou todo mundo de surpresa. O ex-ministro Sérgio Moro é apontado como um dos grandes responsáveis pela operação Lava Jato e desde que ele tinha ido morar nos Estados Unidos que praticamente o nome dele tinha desaparecido do cenário político local e muitos acreditam que essa mergulhada que ele deu na política foi estratégica para tirar um pouco dos holofotes, já que muitos argumentos de Moro caíram por terra após o ex-presidente Lula conseguir na Justiça várias reversões de penas e também de anulações de condenações do Sérgio Moro.
E essas ações dizem respeito justamente a operação Lava Jato e agora essa volta de Moro ao Brasil e a confirmação da Renata Abreu, que é deputada federal e presidente nacional do partido, que já existe um acordo para Moro ser candidato a presidente. Ela saiu super animada de uma reunião que ela teve com ele. O nome de Moro no páreo vai colocar fogo no parquinho literalmente e Moro será a grande novidade, o chamado fato novo na eleição do ano que vem.
Nas pesquisas de intenção de votos que são divulgadas Moro sempre aparece aparece com cerca de 10% e caso ele entre mesmo na briga aí seria algo para preocupar lulistas e Bolsonaristas.
Ele vai em busca dos eleitores insatisfeitos com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas eu particularmente conheço pouquíssimas pessoas que votaram em Bolsonaro 2018 e que hoje não querem votar mais nele. No entanto, ele vai em busca também do eleitor chamado ‘ném-ném’, que não quer votar no ex-presidente Lula e no presidente Bolsonaro.
Essa opção de terceira via ainda não fisgou esse eleitor, digamos assim, nem pelo PSDB, que vive em uma disputa interna muito grande entre os governadores de São Paulo, João Doria e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, nem por Ciro Gomes, também aparece vez por outra o nome de algum outsider.
Moro viria para buscar aquele eleitor mais centro direita, que não quer a polarização. Agora é claro que vai pesar muito contra ele o petismo e o lulismo, com várias condenações dele sendo digamos revogadas na justiça e aí o PT vai usar muito isso na campanha, dizendo que o ex-presidente Lula foi vítima de perseguição por Moro e que ele ao virar ministro de Bolsonaro acabou jogando fora muito da operação Lava Jato e que a operação perdeu credibilidade.
A segunda crítica virá justamente dos próprios aliados de Bolsonaro, porque quando Sérgio Moro saiu do governo com alcunha de que não estava sendo compreendido pelo presidente, que queria uma ação mais ativa, muita questão no que diz respeito a outras situações foi bem compreendido e de início dividiu aos Bolsonaristas.
No entanto, quando o presidente Jair Bolsonaro divulgou aquele vídeo no que diz respeito a uma reunião em que Moro foi constrangido por Bolsonaro, os Bolsonaro voltaram-se para Bolsonaro e ficaram contra o ex-juiz.
A favor dele vai pesar a própria operação Lava Jato e ele vai usar os dados, as informações a quantidade de recursos que acabaram sendo devolvidos ao Brasil e os casos de corrupção desvendados. Isso vai pesar a favor dele para que ele possa fazer a campanha na eleição do ano que vem.
O fato é que tanto Bolsonaro quanto Lula já considerava o ex-juiz carta fora do baralho e ele agora está voltando para disputar essa eleição e com certeza vai dar uma sacudida na política.
Ele vai tentar aparecer como o fato novo assim como foi o caso da Delegada Patrícia Domingos na eleição do Recife, quando no começo teve altos percentuais nas pesquisas, mas depois de alguns tweets dela que foram revelados tirando onda com o Recife, acabou caindo nas pesquisas e terminou na quarta posição da eleição na capital pernambucana. Curiosamente o Podemos é o partido da delegada. Será que o ex-ministro terá o mesmo futuro da Delegada? A conferir.