Edilson Silva: “O PSOL lançará candidatura em Caruaru e não há possibilidade de negociação”

Mário Flávio - 15.03.2012 às 15:07h

O presidente do PSOL em Pernambuco, Edilson Silva, concedeu entrevista ao blog para abordar as articulações do partido para demonstrar força nas eleições municipais 2012, principalmente no que se refere a Caruaru, onde Fábio Silva postula sua candidatura a prefeito. Além disso, Edilson também aproveitou para falar sobre os objetivos do encontro da Executiva Estadual que será realizado no sábado (17), em Recife, sobre suas divergências com Sérgio Xavier (PV) para formar o Movimento Pela Nova Política e sobre a agenda de Heloisa Helena em Pernambuco, que poderá incluir uma visita também a Caruaru. Confira.

Como está a relação de apoio à pré-candidatura de Fábio Silva à prefeitura de Caruaru?

O apoio é incondicional, nossa perspectiva é de compromisso de candidatura própria, se não for, não há razão de haver uma legenda do partido na cidade, queremos apresentar uma alternativa real, independente, autônoma. Em Caruaru, grupos tradicionais ficam se reproduzindo e polarizando o poder, trata-se do familismo, como acontece em outras cidades, mas nós seremos uma alternativa. Temos 7 anos de legalidade e em Caruaru tentamos estabelecer uma relação de afinidade com algum grupo da cidade. Fábio representou representa essa oportunidade de compromisso conosco. O PSOL lançará candidatura e não há qualquer possibilidade processo de negociação com outras forças políticas para que o PSOL entre como apoio de coligação.

Além de Caruaru, o PSOL busca candidaturas próprias em quais outros municípios do interior de Pernambuco?

Vamos apresentar propostas de candidaturas também para os municípios de Bom Jardim, Surubim, Gravatá, Brejo e Pesqueira.

O PSOL tem articulado com outros partidos em busca de reforçar este projeto de candidaturas próprias nestas eleições?

Temos discutido com o PCB em nível estadual e temos feito negociações com vários partidos que podem estar próximos de nossos ideais e apresentem uma possibilidade positiva de aliança. Mas, no que se refere às articulações nos municípios, há cidades em que temos diálogo com o PT, com o PCdoB, PSC, PSDC, mas isso depende da realidade do local e da proposta do diretório dos partidos com dos quais nos aproximamos em cada cidade. As relações políticas locais são relativas e muitas vezes fogem das relações entre os partidos em nível nacional.

Acompanhei uma matéria no Jornal do Commercio há algum tempo que abordava os desentendimentos que podem prejudicar a formação do Movimento Pela Nova Política em Pernambuco, que tem entre os atores principais você, Sérgio Xavier, Heloísa Helena e Marina Silva. Você está preocupado com as diferenças de posicionamentos políticos dentro do grupo?

O que acontece é que temos uma divergência com Sérgio Xavier, que comanda a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, e o PSOL tem divergências com o Governo do Estado. Acaba que no dia a dia, através do trabalho com movimentos rurais, por exemplo, o Sérgio defende o Governo, e não a luta pelos nossos direitos. Dessa forma, ele está vinculado à velha forma de fazer política. Mas, claro, isso se trata de uma divergência política, não pessoal. Agora, precisamos ter em mente que nosso projeto não será apenas do PSOL, precisaremos de outros atores para edificar o Movimento Pela Nova Política, o que envolve várias ideias, posicionamentos, propostas e personalidades, como acontece com Marina Silva, que é uma peça importante para o desenvolvimento desse projeto.  Mas existem outros problemas que precisamos discutir. Há muita gente, por exemplo, que quer se aproveitar da força que Marina Silva exerce e não demonstra alinhamento com o que o movimento realmente representa.

O encontro da Executiva Estadual do PSOL no sábado vai traçar metas visando fortalecer as lideranças locais nas eleições 2012?

Essa reunuão tem uma pauta mais extensa, com dirigentes nacionais do partido, e vamos socializar com nossos companheiros em Pernambuco sobre como está o processo em nível nacional. A partir disso vamos encaixar nossa realidade em Pernambuco. Nosso esforço é ganhar a compreensão de que somos um projeto global, um projeto de um outro tipo de Democracia. Quando o sujeito estiver lá fazendo política no município de Moreno, por exemplo, não deve ser algo restrito, local ou pessoal, deve fazer parte de um projeto mais amplo. Temos trabalho com vista no processo eleitoral em cerca de 30 município do estado e precisamos pegar nossa militância e fazer um processo de articulação para que todos participem da discussão do projeto.

Heloisa Helena vem a Recife nos próximos dias, há grandes possibilidades de que ela visite Caruaru?

.Heloisa tem uma agenda muito apertada, ela é vereadora e professora em Maceió. Estamos trazendo Heloisa a Recife no dia 19, mas nós vamos tentar estender o cronograma para Caruaru, por ser uma cidade de grande porte e estar próxima da capital, é sempre uma possibilidade fazer uma agenda conjunta.