Diário de Pernambuco toca na ferida do IDEB e mostra Caruaru com pior índice no Ensino Fundamental II

Mário Flávio - 04.03.2013 às 07:25h
IDEBCARUARU

Infográfico com piores percentual em Educação, levantado pelo TCE-PE – Fonte: DP

Com informações do Diário de Pernambuco

Por mais que a prefeitura de Caruaru tente mostrar uma imagem de evolução na Educação Básica nos dois níveis do Ensino Fundamental, os números apresentados no Portal da Educação do Tribunal de Contas do Pernambuco (TCE-PE) servem de base de argumentação para os comentários feitos pela Presidente do Tribunal, Teresa Duere, quando esteve em Caruaru em fevereiro. Reportagem do Diário de Pernambuco publicada no domingo (03), mostrou que a Capital do Agreste possui o pior índice no Ensino Fundamental II, que engloba estudantes do 6º ao 9º ano, em relação aos municípios com mais de 200 mil habitantes. Isso coloca a cidade ao lado de Olinda e Recife, no ranking dos quadros mais preocupantes da educação. Vale ressaltar que o TCE utilizou os dados do IDEB levantados em 2011 e, em paralelo às críticas de Teresa Duere e aos problemas recentes de diálogos com professores da rede pública,  a Secretaria de Educação tenta mostrar que as melhorias na educação serão graduais, algo que, aliás, foi uma das bandeiras defendidas pelo prefeito reeleito, Zé Queiroz (PDT). Na verdade, o secretário de Educação, Welson Santos, chegou a dizer que a presidente do TCE poderia não estar se referindo especificamente ao ensino da rede pública na cidade.

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Confira a reportagem especial do Diário abaixo

Qualidade da educação é reprovada

por Júlia Schiaffarino

Os números apresentados por algumas das maiores cidades de Pernambuco, quando o assunto é educação, são alarmantes. O estado possui a cidade com o pior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011 para Fundamental 2 (do 6º ao 9º ano), considerados os municípios com mais de 200 mil habitantes. Trata-se de Caruaru, no Agreste do estado. Se analisadas, ainda, as aferições feitas pelo Ministério da Educação (MEC) desde 2007, e isso da 1ª à 9ª série, três das seis maiores cidades pernambucanas diminuíram consideravelmente as nota nessa avaliação. Os dados são do Portal da Educação do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE).

Esse assunto está retratado em uma reportagem especial do Diario de Pernambuco, deste domingo (3). Além de Caruaru, Olinda e a capital Recife, figuram com índices que preocupam. Os secretários de Educação são categóricos em afirmar que as políticas educacionais existem e são aplicadas, mas atribuem aos mais variados fatores as causas do insucesso. A resposta mais comum, porém, ainda reside na culpa de gestões anteriores.

Caruaru tem o pior índice do Ideb

A última aferição do Índice Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) ocorreu em 2011. Nela, a cidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, conquistou o pior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino Fundamental 2, que vai do 6º ao 9º ano, entre os municípios com mais de 200 mil habitantes. A nota obtida equivaleu a 81,1% do mínimo aceitável pelo Ministério da Educação (MEC). Uma queda considerável em relação à medição anterior, em 2009, quando a meta mínima havia sido atingida e a cidade ocupava a 28ª colocação.

O secretário de Educação da cidade, Welson Santos, disse que a prefeitura tem investido nas séries iniciais e afirma que o resultado dessa avaliação reflete falta de investimentos de gestões anteriores. O prefeito José Queiroz (PDT) foi eleito em 2008 e reeleito no ano passado. “O progresso na educação é algo que só será sentido nos próximos anos. Nosso foco tem sido no fortalecimento da educação de base para que quando esses alunos cheguem ao Fundamental 2 estejam bem”, comentou.

No ensino Fundamental 1, do 1º ao 5º ano, o município conseguiu se manter acima da  nota mínima. Ainda assim, porém, tem registrado quedas ao longo dos anos e passou de 108%, na avaliação de 2007, para 104% na de 2011. Para o secretário, entre as deficiências do atual governo, está a dificuldade em manter o professor na rede. “O número de alunos tem aumentado a cada dia e falta professor”.

Atualmente a rede possui 37 mil alunos e pouco mais de 2.500 professores. A rede é mista, isto é, composta tanto por concursados quanto contratados. De acordo com o Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE), o único ano com a não aplicação do mínimo constatada foi 2008, quando o do percentual atingido foi de 19,85% da receita municipal.