As eleições têm sido alvo de disputas de narrativas diversas, tendo como uma das frentes a suspeita de fraudes nos resultados da votação. Alguns episódios foram cruciais na mobilização de tal debate como, como a suspensão da implementação do voto impresso pelo Supremo Tribunal Federal no dia 6 de junho e a negativa à candidatura do ex-presidente Lula. Vídeo recém-publicado pelo candidato Jair Bolsonaro em seu Facebook, discursando sobre a possibilidade de fraude das eleições articulada pelo Partido do Trabalhadores, promoveu nova onda de reações em torno da confiabilidade do processo eleitoral. Apenas na rede social, o vídeo gerou mais de 470 mil comentários até as 13h desta terça-feira.
Em um mês, de 19 de agosto a 18 de setembro, a desconfiança sobre a lisura das eleições mobilizou 841.800 menções no Twitter. Os debates foram polarizados em ao menos duas linhas: uma questionando o processo eleitoral sem a presença do ex-presidente Lula como candidato; outra, associada a Bolsonaro, questionando a confiabilidade das urnas eletrônicas e de todo o processo ao redor do pleito.
Lula e Bolsonaro
As menções que associaram a impossibilidade de Lula ser candidato a uma possível fraude nas eleições foram mais intensas no mês de agosto, sobretudo em repercussão à nota do comitê de direitos humanos da ONU recomendando que o Estado brasileiro permitisse a candidatura do ex-presidente. A hashtag #eleiçãosemlulaéfraude reuniu a maior parte das menções desta linha.
Já os comentários relacionados a Jair Bolsonaro fizeram referência a suposições de adulteração da urna eletrônica desde pleitos anteriores e à fala do presidenciável justificando uma possível derrota em outubro devido a fraude no sistema de votação e a potenciais manobras contra sua figura.
O pico do debate ocorreu dia 29 de agosto, com cerca de 205 mil tuítes sobre o assunto. A alta ocorreu em virtude da entrevista de Bolsonaro para a GloboNews, em que o presidenciável afirmou que não acredita em pesquisas eleitorais.
Pesquisas
Sobre o tema, alguns usuários questionaram os resultados apresentados pelos principais institutos de pesquisa do país, especialmente no que diz respeito aos altos índices de rejeição associados a Bolsonaro, afirmando que o candidato teria mais apoio do que o apresentado. Para comprovar tal tese, métricas como o número de likes ou retuítes foram contados — para tal, os usuários provocaram interações como “se você vai votar em Bolsonaro, curta esse tuíte”.
Em resposta, usuários contrários ao candidato fomentaram uma série de tuítes mudando o seu sentido original, tentando demonstrar suposta falta de apoio ao presidenciável. Os sete tuítes mais compartilhados de todo o período foram menções irônicas desse tipo, comparando a aceitação do candidato com a preferência por fotos de gatos, de pessoas idosas, de carros e outros, como, por exemplo, “se você vai votar no Bolsonaro, curta; se vai votar nesse gato, compartilhe”.
O material completo segue no link: http://goo.gl/D8TpYt