O uso de câmeras nos uniformes de policiais de Pernambuco gerou debate na Reunião Plenária desta terça. Parlamentares discordaram sobre a efetividade da medida, que vem sendo anunciada para a Corporação do Estado.
o deputado Joel da Harpa, do PL, mostrou-se contrário à instalação do equipamento de monitoramento nas fardas dos militares. Para ele, a medida vai inibir a atividade do policial e, como consequência, facilitar a ação de criminosos. O parlamentar acredita que a iniciativa deve ser precedida por melhorias nas condições de trabalho e atualizações na legislação, a fim de dar segurança jurídica aos profissionais. “Na verdade, o que grupos estão tentando fazer com a colocação de câmeras nos policiais é inibir que o policial ele seja proativo, para que o policial ele seja enérgico e para que o policial, dentro da sua necessidade e de acordo com o que está previsto em lei, possa usar a letalidade se for preciso, para tirar a vida de qualquer bandido.”
Joel da Harpa questionou por que a sociedade não cobra o uso de câmeras de monitoramento por outros profissionais, como médicos e professores. Por fim, alegou que países que já utilizam esta ferramenta, como Estados Unidos e Reino Unido, contam com legislações avançadas na proteção dos policiais.
Ele recebeu o apoio dos deputados Pastor Júnior Tércio, do PP, além de Renato Antunes, Abimael Santos e Coronel Alberto Feitosa, todos do PL. Para Antunes, antes de investir em câmeras, o Governo do Estado deveria garantir equipamentos individuais de segurança, melhoria das condições de trabalho e o fim das faixas salariais. “Eu acho que a ideia é até boa, mas ela não se adequa, ela não é temporal. Ou seja, não é o momento de se falar em monitoramento, em investimento em câmeras de segurança, quando infelizmente o policial está sendo graduado em A, B, C, D, E e não tem sequer equipamento de proteção individual.”
Com visão contrária, João Paulo e Doriel Barros, ambos do PT, acreditam que a medida pode reduzir os índices de letalidade de operações policiais. Dani Portela, do PSOL, citou a realidade de São Paulo. “A experiência de São Paulo, a experiência vivida em outros estados do Brasil, mostram e comprovam a redução da letalidade. Tanto das pessoas que são alvo das operações policiais, quanto dos próprios policiais. Então há um entendimento de que isso protege a vida não só dos cidadãos, mas do próprio agente da segurança pública.”