Com informações da Agência Câmara de Notícias
A cassação, nesta quarta-feira, do mandato do senador Demóstenes Torres (Sem partido-GO) repercutiu na Câmara. Ele foi acusado de usar o mandato para favorecer o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Foram 56 votos pela cassação, 19 contra e cinco abstenções.
De acordo com o presidente da Câmara, Marco Maia, a decisão dos senadores foi acertada porque Demóstenes agiu de maneira inadequada. “A sessão na qual o senador Demóstenes mentiu aos seus colegas, dizendo que não conhecia o contraventor Carlinhos Cachoeira, na minha avaliação, foi um fato muito grave e que levou, certamente, os senadores a pensar e refletir sobre o envolvimento de Demóstenes com Cachoeira”, observou. Já o deputado federal Wolney Queiroz (PDT), disse que essa decisão já era esperada. “O resultado já era esperado, mas imaginávamos que ele tivesse entre 15 e 20 votos contra cassação”, disse.
No contexto
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Decisão emblemática
Para o deputado Ivan Valente (SP), presidente nacional do Psol, partido autor da representação que deu origem ao processo de cassação de Demóstenes Torres, “a decisão foi emblemática, a exemplo da cassação de Luiz Estevão, em 2000″ .
Valente lembrou que esta é a segunda vez, em toda a história do Senado, que se cassa um senador. “Mas, por outro lado, não poderia ser diferente porque, no caso do senador Demóstenes Torres, diante de provas tão explícitas, tão contundentes, seria uma grande desmoralização do Senado Federal. Seria realmente um desgaste político muito alto uma absolvição.”
Expulsão do DEM
“Não havia hipótese de absolvição”, na avaliação do deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), líder do Democratas, legenda da qual Demóstenes se desligou, antes do desfecho do processo de expulsão.
“Senado fez justiça”
O líder do PT, deputado Jilmar Tatto (SP), disse que o Senado fez justiça e não poupou críticas ao senador cassado. “Ele era uma pessoa de uma cara só. A cara da corrupção; a cara do crime organizado; a cara que falava mal do PT; a cara que falava mal do governo e que foi descoberto. “
Cachoeira e deputados
Ivan Valente e Antonio Carlos Magalhães Neto avaliaram que a cassação de Demóstenes Torres piora a situação dos deputados investigados pela Câmara por associação com o mesmo esquema. “É preciso que a Câmara tenha o mesmo compromisso do Senado e os deputados comprovadamente envolvidos com malfeitos precisam pagar o preço”, disse Magalhães Neto.