Deputadas de oposição criticam políticas de combate à violência contra a mulher do governo Raquel Lyra

Mário Flávio - 12.09.2023 às 21:08h

Falhas na proteção de mulheres vítimas de violência em Pernambuco foram denunciadas na Reunião Plenária da Assembleia Legislativa, nesta terça. Parlamentares relataram o fechamento de casas-abrigo, a falta de estrutura nesses espaços de acolhimento, além da ausência de uma política mais ampla de segurança pública.

A deputada Delegada Gleide Ângelo, do PSB, afirmou que o Governo de Pernambuco é omisso com a segurança das mulheres. Ela mencionou feminicídios ocorridos nas últimas semanas em cidades como Limoeiro, Tacaimbó e Caruaru, todas no Agreste. A deputada denunciou o fechamento, no turno da noite, de nove das 15 delegacias da mulher existentes no Estado. Ela defendeu a abertura de novas unidades e o funcionamento 24 horas por dia, além de outros investimentos.

“Se a gente quiser resolver o problema da violência contra a mulher, a gente sabe como resolver. A gente sabe como resolver. A gente sabe que o Governo do Estado precisa ter um plano de segurança de tolerância zero de enfrentamento da violência contra a mulher. E o que é que tem que ter nesse plano? Tem que ter delegacias da mulher funcionando 24 horas. Tem que ter a Polícia Militar, que seja recompletada para que Polícia Militar faça Patrulha Maria da Penha nos municípios.”

Dani Portela, do PSOL, denunciou a situação das casas-abrigo existentes em Pernambuco. De acordo com a parlamentar, em todo o Estado, só existem quatro espaços e apenas três estão em pleno funcionamento: o do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, o de Petrolina, no Sertão do São Francisco, e o de Salgueiro, no Sertão Central. Segundo a parlamentar, abusos e violações dos direitos humanos estão entre os problemas denunciados pelas mulheres que vivem nas casas, além da falta de itens básicos como alimentos, remédios, materiais de limpeza e produtos de higiene pessoal. Dani Portela afirmou que as casas-abrigo não têm a atenção devida do atual Governo.

“A situação de fome, de precariedade, de violência é a situação dos abrigos das mulheres no Estado de Pernambuco, no Governo Raquel Lyra. Muitas dessas que relataram que estavam se sentido encarceradas e não protegidas ou cuidadas, porque elas estão dentro de uma casa abrigo nessas condições, mas os seus agressores muitas vezes continuam por aí, livres.”