O Curta Taquary tem como pilar de sua 15ª edição, que acontece entre 16 e 22 de março, o compromisso com a conscientização ambiental e a defesa dos direitos humanos, exaltando a diversidade em suas múltiplas facetas. Para além da programação de filmes, esse engajamento se faz presente em todas as vertentes do festival, como nas atividades formativas.
E essas ações já tiveram início com a realização de uma itinerância pela zona rural de Taquaritinga do Norte, no Agreste de Pernambuco, onde, além de uma oficina de animação, os alunos de escolas da região também participaram do plantio de mudas nativas da região, com o intuito de reflorestar áreas que sofreram com a ação humana nos últimos anos.
Este ano, o Curta Taquary, que sempre colocou em pauta questões ligadas à natureza, entendeu a necessidade de enfatizar esse engajamento, entendendo as transformações climáticas e o momento delicado pelo qual o mundo atravessa. As datas desta 15ª edição foram escolhidas para reforçar a atenção sobre o tema, com início em 16 de março, Dia Nacional da Conscientização das Mudanças Climáticas, e finalização em 22 de março, Dia da Água.
Para o festival, lançar luz sobre a questão é também uma forma de enfatizar como falar sobre a natureza e o direito à terra está diretamente ligado à luta em prol dos direitos humanos. Nesse sentido, a produção também se comprometeu a plantar uma muda de planta nativa da região para cada filme que fosse inscrito.
Como resultado, o Curta Taquary teve o maior número de inscrições de sua história: 777. A esse montante, foram adicionadas ainda 521 mudas, relativas às inscrições de 2021, totalizando 1.298 plantas que irão reflorestar a região. As mudas foram fornecidas pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco e pela Compesa. E as ações começaram já na última segunda-feira (7) e seguem até esta sexta (11), na zona rural de Taquaritinga do Norte.
Na Escola Chefe Leandro, localizada no Sítio Jerimum, foi realizada para os alunos a Muda – oficina de animação com mudinhas, ministrada por Renata Claus, além da exibição de filmes. Eles também foram estimulados a plantar mudas de ipês e pitangueiras na escola e na praça da comunidade. O plantio também foi realizado no Sítio Grude, da Associação dos agricultores do Assentamento Asa Branca, que também recebeu mudas distribuídas para 16 assentados.
“Tem sido uma experiência incrível observar a comunidade inteira se mobilizando e compartilhando experiências a partir do plantio das mudas. É um momento de troca de conhecimentos e afetos no intuito de fortalecer o senso de comunidade e reforçar a importância da preservação da natureza”, aponta Alexandre Soares, coordenador do Curta Taquary.
Neste processo de itinerância o cinema, claro, também é protagonista. Os alunos de várias escolas que vão da primeira infância ao ensino fundamental têm assistido a filmes de diferentes países, integrantes da Mostra Internacional do festival.
“A mostra é toda voltada para as questões de direitos humanos, cultura e identidade, além de preservação ambiental. Os filmes que mais utilizamos foram de animação e a interação com os alunos têm sido muito boas. O cinema tem esse poder não só de divertir, mas também de tratar de questões importantes. Pudemos levar esses filmes para a zona rural, que não tem tanto acesso a esses filmes, então tem sido muito importante, inclusive promovendo o debate. Foi muito instigante ver os olhos deles brilhando”, reforça Rosalie Nunes, coordenadora de ações de itinerância.