Cristovam defende voto aberto do Senado para decidir situação de Delcídio

Mário Flávio - 25.11.2015 às 16:08h

Ao classificar de tragédia política a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato, o senador Cristovam Buarque (PDST-DF) disse, nesta quarta-feira, da tribuna do Senado, que caberá aos senadores tomar uma posição sobre o caso. Mais que isso: o drama de Delcídio coloca em suspeição todos os políticos e a decisão sobre a revogação ou não da prisão do parlamentar tem de ser por voto aberto.
– Vamos ter que tomar decisões aqui. E eu queria que na hora de tomar essas decisões nós nos lembrássemos de algo importante. Há um Senador preso, mas todos nós estamos sob suspeição, todos os líderes do País, hoje, estão sob suspeição. Nenhum de nós está livre de ser olhado pela opinião pública, pela população brasileira, pelos eleitores com uma suspeita de onde estávamos em cada momento, do que fizemos em cada instante, que participação tivemos em cada negociação – disse.

Para o senador, ao tomar a decisão que, ao que tudo indica, ainda hoje a respeito da decisão que a Justiça, a opinião pública tem todo direito de saber como cada um de nós vota.

– E, neste sentido, sem querer adiantar o voto, eu creio, Senador Jorge Viana, que temos que fazer esse voto aberto. Temos que deixar que a opinião pública, os eleitores, o povo saiba que posição cada um de nós tomou. É preciso ter a coragem de tomar posição dizendo que a Justiça errou e que o Senador tem que estar solto enquanto continuam as investigações; ou o contrário, é preciso, de público, deixar claro que defende o que a Justiça fez, depois de um debate. Obviamente que teremos que debater aqui. Mas essa decisão não pode ser tomada secretamente – acrescentou.

De acordo com o senador, tomar decisão na forma secreta é como proteger todos em conjunto, comprometendo a instituição:

– Pode até proteger um outro ou outro, por um lado ou por outro lado: proteger, porque não votou contra a Justiça; ou proteger, porque votou com o companheiro, com o colega, com um amigo nosso que nós respeitamos e de quem gostamos. Então, pode proteger, individualmente, mas compromete a instituição – disse.

Para Cristovam, a melhor maneira é que o voto aberto diga o que cada Senador pensa, depois de fazer toda a sua reflexão.

– Eu quero refletir muito, mas eu quero que, na hora do meu voto, o povo saiba como eu votei; que os juízes saibam como eu votei; que o nosso amigo Delcídio saiba como eu votei.

Eu quero que o meu voto seja público e gostaria que o Senado da República brasileira, da minha República, do meu País, mostrasse onde cada Senador se expõe, dizendo o que pensa, votando com a sua consciência, respeitando aqueles que nos colocaram aqui. É isso, Sr. Senador.