Durante reunião na sede do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), em Recife, na quarta-feira (08), médicos do Hospital Regional do Agreste entregaram um protocolo com mais de 40 assinaturas reafirmando as reclamações referentes à exigência de concurso público e às dificuldades de atendimento na unidade, por conta da falta de profissionais no corpo clínico de emergência, principalmente no quadro de cirurgiões gerais do hospital. Os médicos disseram que se a situação continuar do jeito que eles expõem, exigirão a interdição e o Cremepe informou que deverá votar o pedido de intervenção no final de agosto, provavelmente no dia 28.
No contexto
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Essa votação acontecerá em plenária com todos os conselheiros da entidade em Pernambuco, que vão analisar cuidadosamente as exigências dos profissionais do HRA, para aprovar ou não uma recomendação de interditar a unidade. Segundo o diretor regional do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (SIMEPE), o número de médicos é insuficiente e o sistema atual de contratação é abusivo. Na reunião, os médicos que atuam no HRA apenas reforçaram que a situação da unidade é precária porque faltam médicos, principalmente cirurgiões gerais. No entanto, os médicos continuam sendo contratados por empenho, o que é uma prática ilegal, um contrato de boca, que não garante os direitos dos profissionais. Exigimos a realização de um concurso público e ainda não conseguimos entender porque a Secretaria Estadual de Saúde prefere continuar com esse sistema de contratação, em vez de realizar um concurso”, criticou Danilo.
Antes da votação do Cremepe, haverá ainda no dia 17 de agosto uma reunião entre o MPPE com o Secretário Estadual de Saúde, Antônio Figueira, na qual provavelmente será exigido que a secretaria assine um termo de compromisso para realização de concurso público, tanto para suprir as necessidades do quadro efetivo de médicos, quanto para encerrar a prática de contratos por empenho no HRA. Ainda de acordo com o diretor regional do Simepe, Antônio Figueira teria condições de resolver essa situação antes que o pedido de intervenção fosse analisado. “O secretário de Saúde só não resolve se não quiser”, enfatizou Danilo Souza.