Começou a guerra eleitoral: As polêmicas declarações de Tony Gel e a dura resposta da prefeitura

Mário Flávio - 28.03.2012 às 23:29h

Essa quarta (28) foi quente na política de Caruaru. Logo cedo o diretor de Limpeza Urbana, Maurício Silva, não gostou de uma crítica feita pelo vereador Edmilson do Salgado e disse que o mesmo estava “fora de espaço”. Logo em seguida o PCdoB repudiou as declarações de Maurício, mas a briga via rádio de ambos não chegou nem perto da troca de farpas entre o deputado estadual Tony Gel (DEM) e o prefeito Zé Queiroz (PDT), que respondeu por meio da assessoria. De um lado, Tony criticou duramente a adesão de ex-aliados ao grupo do prefeito.

Ele disse que tinha pena de algumas pessoas e que o dinheiro público estava sendo usado para cooptar ex-aliados. Além disso, ainda citou uma agressão de uma jovem na escola do Alto do Moura. A resposta do prefeito Zé Queiroz veio por meio de uma nota, que fez menção aos ataques diários do prefeito, que sempre critica duramente o atual gestor. Segue abaixo a nota da prefeitura e a entrevista de Tony Gel. Pelo jeito o ano eleitoral em Caruaru deve ser um dos mais quentes da história política.

NOTA DA PREFEITURA

Na manhã desta quarta-feira o deputado estadual Tony Gel (DEM) em seu programa diário na Rádio Liberdade, ao lado do locutor Antônio Carlos (DEM, pré-candidato a vereador em Caruaru) voltou a atacar a Prefeitura, num discurso claramente político eleitoral. A atual gestão vem sendo vítima destes ataques diários do parlamentar. Em nome da verdade, a Prefeitura esclarece que:

A Caixa Econômica Federal está cobrando a devolução dos R$ 300 mil (valores corrigidos) repassados à Prefeitura de Caruaru para a construção de casas populares entre 2006 e 2007, ou seja, durante a administração do Democrata. Segundo relatório do próprio banco, apenas 13,6% dos recursos foram investidos no projeto. A posição do banco fica clara no documento em anexo. Caso não faça a devolução à Caixa, a Prefeitura irá ficar inadimplente, perdendo a capacidade de conveniar com o Governo Federal.

Quanto à questão da agressão na Escola Mestre Vitalino, conforme a Secretaria de Comunicação informou à emissora – antes mesmo do parlamentar entrar no ar- os estudantes foram liberados às 15h porque um dos professores havia faltado ao último período. No entanto, a direção da escola providenciou turno extra do ônibus que faz o transporte das crianças, para que elas pudessem também retornar mais cedo para casa. A aluna agredida decidiu permanecer no colégio até às 17h30, para pegar a condução no turno normal. No momento em que os estudantes estavam subindo no coletivo, foi iniciada uma confusão e a garota foi agredida por colegas. A direção da escola acionou o Samu às 18h09 e ambulância chegou no local às 18h23. A nota da Secom, porém não foi sequer mencionada pelos dois ocupantes do microfone.

Vale lembrar, no tocante à educação, que no último ano da gestão do ex-prefeito (2008) foram investidos apenas 19% dos recursos do município na pasta, desrespeitando a lei, que obriga o mínimo de 25%. Este único dado é capaz de demonstrar como a Educação era tratada em Caruaru. O deputado acusa, sem nenhuma prova, a atual gestão de “comprar” as pessoas. “Dizer sem provar é não dizer”, como já afirmou o próprio ex-prefeito. A Prefeitura de Caruaru volta a lamentar a postura da Rádio Liberdade, que em momento algum procura a administração para checar os dados. Radiodifusão no Brasil é uma concessão pública e a emissora deve estar, portanto, a serviço da informação. Direito à resposta não é um favor, mas uma obrigação de qualquer empresa que afirme fazer jornalismo. Caso contrário seria mais legítimo e ético assumir, diante da sociedade, uma posição política, como fizeram o Estado de São Paulo e a Carta Capital, em 2010. Vale salientar que no caso de Estadão e Carta, suas posições editoriais não interferiram na qualidade do conteúdo.

CONFIRA A ENTREVISTA DE TONY GEL