Coluna da segunda – Um ano depois, Raquel fazendo ajustes, Marília com dificuldades, Miguel e Anderson se reiventando e Danilo ocupando espaço

Mário Flávio - 09.10.2023 às 09:24h
Foto: Américo Nunes

A eleição do ano passado trouxe várias novidades para a política estadual. O estado teve a primeira mulher eleita para comandar o estado na história, mas como está a situação dos principais candidatos daquela eleição, que acabou entrando para a história? Vamos analisar os cinco principais nomes do pleito e pontuar as situações de cada um.

Começando pela governadora Raquel Lyra (PSDB). A tucana busca por um governo de afirmação e ainda não conseguiu emplacar o DNA da gestão no estado. De início, problemas com a Assembleia Legislativa e derrotas na Casa. As dificuldades com o meio político seguiram e a governadora teve que ceder espaços dentro da gestão para os partidos, com o PL, de Anderson Ferreira, MDB, contemplando aliados de Raul Henry e por último o PSD, com o ministro André de Paula, indicando a filha dele, Cacau para a secretária de Cultura do Estado.

Raquel enfrenta ainda problemas com servidores de diversos setores: saúde, administração e principalmente na educação. No entanto, aos poucos as tensões vão diminuindo e com isso, a tucana vai começando a botar o trem nos trilhos. Os empréstimos conseguidos junto ao Governo Federal devem ajudar bastante a destravar o estado e acabar com o discurso de ficar sempre botando a culpa no PSB.

Essas parcerias de liberações de recursos podem render até mesmo uma aliança, mesmo que não seja explícita com o PT. O deputado estadual João Paulo até já falou sobre isso e disse que não seria coisa do outro mundo se isso acontecesse. Mesmo ainda num cenário incerto, Raquel Lyra ainda precisa imprimir um melhor ritmo ao governo e ela precisa ir além das assinaturas de ordens de serviço.

Segunda colocada na eleição do ano passado, Marília Arraes (SD) segue com muitas dificuldades um ano após o pleito. A ex-deputada federal perdeu o apoio dos quatro deputados estaduais da legenda, que praticamente migraram para a base do governo de Raquel Lyra. A irmã dela, deputada federal Marília Arraes (SD), não consegue juntar apoio de nenhum prefeito e restam poucos aliados após o pleito passado.

Marília terá que correr contra o tempo para evitar uma debandada do Partido Solidariedade ano que vem. Ela também é cotada para disputar a eleição para prefeita de Jaboatão dos Guararapes e Olinda, mas ainda não há definição. Em termos políticos, Marília saiu menor que entrou na eleição passada e precisa repensar a vida pública de olho no futuro.

Para se ter uma ideia, nenhuma candidata ou candidato falou tanto o nome do presidente Lula (PT) como Marília ano passado, mas mesmo assim, o nome dela foi vetado para qualquer cargo no Governo Federal. O veto é do senador Humberto Costa, principal voz do PT em Pernambuco.

…Miguel Coelho

O ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil), foi apontado como um dos grandes destaques da eleição de 2022. Com conteúdo e uma gestão aprovada em Petrolina, ele ficou no meio do caminho da eleição para o governo de Pernambuco. Declarou apoio a Raquel Lyra e todos esperavam que ele fosse ter espaço no governo da tucana. Mas foi justamente o contrário.

…De volta para a Frente

O blog apurou que algumas secretarias foram oferecidas a Miguel, mas houve a recusa dele. Após um período de espera e algumas críticas pontuais ao governo de Raquel, Miguel aceitou o convite de João Campos e voltou para a Frente Popular. O irmão dele, deputado Antônio Coelho, assumiu a secretaria de Turismo na prefeitura do Recife e Edson Vieira, aliado de Miguel foi para a cadeira de deputado. Especula-se que Miguel pode ser o vice de João Campos numa eventual disputa pelo Palácio do Campo das Princesas em 2026.

Anderson Ferreira…

Foto: Divulgação

Candidato do campo conservador em 2022 e terceiro colocado no primeiro turno, o ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes segue tentando trazer para si a agenda Bolsonarista no estado. Ele esteve a frente da recente vinda da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ao estado. Mesmo não sendo aliado oficial do governo Raquel Lyra, Andersomn emplacou alguns cargos no governo e fez vários artigos em defesa da gestão tucana.

…O futuro de Anderson?

Foto: Divulgação

Anderson terá um grande desafio pela frente. Ele preside o PL em Pernambuco e o partido pretende ter candidatos nas principais cidades do estado. A sigla quer ainda eleger um bom número de vereadores. Outro desafio é manter o vice dele, Mano Medeiros, como prefeito em Jaboatão. Pesquisas recentes mostram nomes competitivos. Conter o fogo amigo dentro do PL é outro problema, já que todo Bolsonarista é conservador, mas nem todo conservador é Bolsonarista.

E Danilo Cabral…

Dos candidatos que foram derrotados na eleição do ano passado, Danilo Cabral é o que tem maior visibilidade até agora. Ele assumiu o comando da Sudente e vem dando um novo ritmo a estatal, que pode liberar diversos recursos para estados não apenas do Nordeste, mas também Minas Gerais e parte de Santa Catarina.

…No PT?

Foto: Reprodução/Internet

A ida de Danilo para a Sudente ainda pode render mais recursos para o estado de Pernambuco. Além disso, a indicação de Danilo veio do senador Humberto Costa, o que pode culminar com a ida dele mais na frente para o Partido dos Trabalhadores. Danilo praticamente foi para o sacrifício, já que devido a fadiga do poder enfrentada pelo PSB após 16 anos no comando do estado, todos saberiam que e eleição de alguém do grupo era bem delicada.