Coluna da quinta: Mais uma ação contra os corruptos

Mário Flávio - 12.01.2012 às 00:32h

O cerco aos políticos corruptos ganha mais um importante aliado. Amanhã um acordo inédito será assinado entre o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Ricardo Lewandowski, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. A parceria visa facilitar a recuperação judicial de recursos gastos pelo Erário com as chamadas eleições suplementares, que são realizadas sempre que a eleição regular é anulada, em razão do indeferimento do registro da candidatura do eleito ou da cassação do seu mandato.

A partir de hoje, o candidato cassado será o responsável pelos custos de uma nova eleição. Para se ter uma ideia, desde a relização das eleições de 2008, foram realizadas 176 eleições suplementares e outras quatro estão marcadas para os três primeiros meses deste ano. Os prefeitos cassados caem na malha da Justiça por uma série de fatores, entre eles: compra de votos, abuso de poder político ou econômico, utilização indevida dos meios de comunicação. A condenação gera anulação do próprio resultado do pleito.

Uma nova eleição, representa milhões de reais a serem gastos pelos cofres públicos. Esse custo, se somado ao dinheiro que foi desviado por um prefeito corrupto, eleva ainda mais o custo do poder público, com a realização de um novo pleito. Uma decisão acertada do TSE e AGU, que mostram que as entidades sérias estão de olho naquelas pessoas, que insistem em tentar ganhar a vida em cima do erário público.

A partir de agora, além de todos os problemas que enfrenta após uma condenação, o político vai pensar duas vezes antes de realizar um ato indevido, afinal além de ficar inelegível, ele pode ter que arcar com os custos de uma eleição e se complicar para o resto da vida. O acordo será assinado pelo presidente do TSE e pelo Advogado-Geral da União, nesta quinta-feira às 16h30, no gabinete da Presidência do TSE. Parabéns as duas entidades.

FBC – Nessa quinta-feira o ministro Fernando Bezerra Coelho será sabatinado pelos deputados e senadores. A solicitação de ir para o Congresso foi do próprio FBC, que espera acabar de vez com as acusações, após esclarecer todas as questões a serem levantadas pelos parlamentares. Antes de FBC pedir para ser sabatinado, o PPS já tinha enviado pedido de convocação ao presidente do senado, José Sarney.

APOIO – Fernando Bezerra Coelho recebeu ontem uma série de apoio de entidades pernambucanas. Enviaram nota de apoio o Consórcio dos Municípios da Mata Norte e Agreste Setentrional (COMANAS) e a União dos Vereadores de Pernambuco (UVP). As entidades estão convictas, que o ministro está sendo vítima de perseguição por setores ligados a imprensa e partidos políticos.

MAIS APOIO – A bancada de situação segue se articulando para dar apoio ao ministro. O deputado federal Wolney Queiroz está a frente do grupo e viaja para Brasília nessa quinta. Ele e outros deputados da bancada governista irão comparecer a sabatina do ministro. A meta é dar força ao pernambucano, que sofre forte pressão, após uma série de denúncias, algumas ifundadas.

SESSÃO – O analista político e assessor do prefeito Zé Queiroz, Rui Lira, disse ontem no seu comentário na Rádio Cultura, que o Chefe do Executivo vai convocar a Câmara em Sessão Extraordinária. Ele não informou quando vai ser e quais os projetos a serem votados. O blog entrou em contato com os vereadores da bancada de situação e nenhum ainda sabe qual vai ser a pauta da votação.

POLÊMICA – Ainda vai dar muito o que falar a decisão do diretor do Hospital Regional do Agreste, José Bezerra Bodocó. Ele não quer mais pregação na unidade. Segundo o diretor, o execesso de barulho dentro do hospital gerava muita reclamação de pacientes, que estavam debilitados. Só é permitida a entrada de religiosos, que forem parentes ou amigos dos doentes.

FÉ – A decisão de Bodocó é realmente polêmica. Existem muitos pacientes que não têm mais esperança de cura e encontram na fé a última esperança. Em alguns casos, esse ato de fé começa com a pregação de voluntários e missionários, que vivem para levar a palavra de conforto até as pessoas enfermas.

MAIS POLÊMICA – O Conselho de Saúde do Hospital não foi comunicado da decisão. A presidenta, Silvia Viviane, disse ao blog que é contra a decisão. Para ela, se existia muito barulho, uma conversa poderia resolver o problema. Ela disse que o Conselho é contra a decisão e que vai tentar, por meio de entidades, movimentos para minimizar a proibição.

SEM ESTRUTURA – A presidenta do Conselho aproveitou para denunciar que o Conselho não é respeitado pela direção do Hospital Regional do Agreste. Segundo Silva Viviane, faz um ano que o mesmo foi empossado e a direção não cedeu sequer uma sala para que o Conselho possa funcionar.