Citado da delação da Odebrecht, assessor de Temer pede demissão

Mário Flávio - 15.12.2016 às 07:08h

Ligado, há várias décadas, ao presidente Michel Temer, de quem era assessor especial, o ex-deputado José Yunes pediu demissão nesta quarta-feira (14) após ter o nome citado na delação premiada da Odebrecht.

Por meio de carta encaminhada ao presidente da República, ele diz que resolveu sair do governo para preservar sua dignidade, que foi atingida fortemente pelo ex-diretor da Odebrecht Cláudio Mello Filho.

Mello Filho disse ao Ministério Público Federal que entregou dinheiro, em espécie, a José Yunes, no escritório deste, em São Paulo, a pedido de Michel Temer, para bancar despesas eleitorais do PMDB na campanha de 2014.

Na carta, Yunes diz que “nos últimos dias, vi meu nome jogado no lamaçal de uma abjeta delação”, acrescentando ser “fantasiosa” a alegação de que teria recebido recursos em espécie da empreiteira.

De acordo Cláudio Mello Filho, Michel Temer solicitou “direta e pessoalmente para Marcelo (Odebrecht) apoio financeiro para as campanhas do PMDB no ano de 2014” e o dinheiro teria sido entregue no escritório de advocacia de José Yunes, em São Paulo.

Também foram acusados por Mello Filho de terem recebido dinheiro da empreiteira, legalmente ou por meio de “caixa dois”, os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá e Eunício Oliveira, todos do PMDB.