A cientista política Perpétua Dantas fez uma análise das declarações do deputado estadual Tony Gel (DEM) em querer votar em João Lyra (PDT) para o governo de Pernambuco. Segundo ela, a situação é normal, já que alianças de adversários históricos ocorrem em diversas partes do Brasil. A foto é de Leonardo Lima.
DECLARAÇÃO DE TONY GEL – “Não é surpresa, já que em política não existe nunca e muito menos talvez e o impossível não se trata de temas políticos. Quem diria que Jarbas Vasconcelos iria estar junto a Eduardo Campos, visto que, todos sabem da luta ferrenha que ambos travaram duelos ferrenhos no passado, tendo disputado várias eleições em campos opostos. As inimizades existem, se acaloram em alguns momentos, mas depois se refrigeram”.
TONY NA FRENTE POPULAR – “Paulo Maluf era o inimigo eterno do PT e hoje é aliado do partido, o impossível não existe na política. Tony Gel repede o mesmo modos operandi de pessoas que sempre militaram na sua mesma linha política e hoje estão no campo da esquerda. Eduardo Campos precisa de apoio, João Lyra, se de fato essa candidatura for oficializada, vai precisar de apoio maciço e na política construir um leque de alianças faz parte de uma boa estratégia”.
PSB X PTB – “Armando Monteiro tem um perfil independente, com projeto pessoal que vai além nesse momento do que seja interessante para o governador Eduardo Campos. Dificilmente Eduardo vai abrir mão do PSB governar Pernambuco, mas não é apenas uma questão de partido apenas, hoje Eduardo é muito mais próximo de João Lyra ou Tadeu Alencar que de Armando, mesmo tendo aquelas que dizem que o senador teria a possibilidade de ter mais votos. No entanto, as afinidades políticas e pessoais pesam muito e hoje é possível que João seja mesmo o candidato de Eduardo”.
FRENTE EM CARUARU – “Com essa possibilidade a Frente racha em Caruaru. Armando saindo pelo PTB provavelmente teria o apoio do prefeito Zé Queiroz e do suplente de senador Douglas Cintra e por mais que se tentem colocar panos quentes ou uma compressa de água fria, existe hoje na Frente Popular em Caruaru um arranhão muito grande. Não posso dizer que João é mais próximo de Tony que do prefeito, mas afirmo que não existe mais identidade, de gestão e ideias entre João e Zé”.