Muita especulação e articulação de bastidores. Assim deve ser a pauta da discussão sobre a sucessão para o governo de Pernambuco. Pelo campo das esquerdas, a dúvida é quem será o candidato apoiado pelo governador Eduardo Campos (PSB). O PSB saiu com 59 prefeituras dessa eleição, dez a mais que no pleito de 2008. Além disso, comanda as maiores receitas do estado, com mais de 6 bilhões de reais, com destaque para a prefeitura do Recife.
Nessa soma, o PSB conta com mais de 3 milhões de eleitores, número considerado. Se realmente for ter candidato, um nome novo do PSB deve ser apresentado por Eduardo, como foi o caso de Geraldo Júlio, no Recife. No entanto, para evitar o racha na Frente Popular, o socialista precisa ter muita habilidade. O senador Armando Monteiro (PTB) disse essa semana que tem a intenção de disputar o governo. O PTB elegeu 25 prefeitos na eleição desse ano e Armando goza da simpatia de outras legendas, como é o caso do PDT, comandado a mão de ferro pelo prefeito Zé Queiroz (PDT).
No entanto, mais um dúvida paira no ar. Se João Lyra estiver no comando do governo ele não vai querer disputar uma reeleição? Para isso ele precisa sair do PDT, já que dificilmente Zé Queiroz, presidente estadual da legenda, iria contra Eduardo ou Armando Monteiro. Nessa articulação o vice pode ainda apresentar até o nome de Raquel Lyra para sair como candidata a vice.
O PT foi o partido que mais cresceu proporcionalmente em Pernambuco. Mesmo com o fiasco no Recife, a legenda subiu de 8 para 13 prefeituras e pode lançar o nome do deputado federal João Paulo para ser o candidato. Resta ainda na esquerda o PSOL, que pode trazer mais uma vez Edilson Silva ou propor uma aliança para fazer uma vaga na Alepe.
Pela oposição a situação mais complica é a do DEM. O partido é o maior derrotado nas urnas e deve ser esvaziado. Saiu de 19 prefeituras em 2008 para apenas uma em 2012. Mendonça Filho teve uma votação humilhante no Recife e Miriam Lacerda perdeu em Caruaru. Com o DEM esfacelado, a aliança deve ser encabeçada pelo PSDB, com o nome do deputado Daniel Coelho, aparecendo como o mais interessante para a disputa. O vice poderia vir do próprio DEM ou do PPS ou quem sabe numa aliança mais ampla, buscar apoio junto ao PSOL e até mesmo com partidos mais de centro.