Campanha de apoio ao nome de Paulo Câmara para ele ser o escolhido de Eduardo

Mário Flávio - 13.01.2014 às 08:55h

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Com informações de Aline Moura do Diario de PE

Os ventos mudam sempre, mas hoje sopram mais forte a favor do secretário da Fazenda estadual, Paulo Câmara, como pré-candidato do governador Eduardo Campos (PSB) para disputar o governo do estado. Embora o titular da pasta da Casa Civil, Tadeu Alencar, tenha predileção entre os deputados estaduais, Câmara – um dos perfis mais discretos da gestão Eduardo – é o que menos gera resistência entre socialistas. O Diario ouviu cerca de dez socialistas que transitam bem com Eduardo e dá para notar o surgimento de uma campanha de bastidores a favor do titular da Fazenda. Tadeu recebe muitos elogios, porém é alvo de críticas também. O mesmo não acontece com Paulo Câmara.

O secretário da Fazenda se filiou ao PSB no ano passado, mas os socialistas que defendem sua candidatura lembram que ele é o nome que mais se aproxima do perfil idealizado para reforçar o discurso nacional de Eduardo, cotado como presidenciável. Ou seja, seria uma pessoa sem arestas no meio político, que não tem vidraças e que veste como ninguém o discurso do “novo” vendido nacionalmente por Eduardo. “Meu posicionamento não é pessoal. Tenho apreço por Tadeu, mas a identidade de Paulo com o PSB vem de longe”, disse o prefeito de Moreno, Adilson Gomes Filho, amigo do governador.

Técnico – Câmara é auditor concursado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), já esteve em pastas estaduais como Administração e Turismo e, segundo outros socialistas, não deixou pontas soltas para munir os adversários. Ele tem o mesmo estilo de trabalhar do atual prefeito do Recife, Geraldo Julio, que vem sendo muito elogiado dentro do PSB e ouvido por Eduardo. Geraldo, inclusive, retornou de uma semana de férias e já se reuniu na última quinta-feira com o governador para discutir o cenário eleitoral.

O que pesaria contra Paulo Câmara é o fato de ele ser desconhecido no estado. Isso seria um empecilho numa campanha onde Eduardo Campos estará andando pelo Brasil como candidato a presidente e não apenas focado em Pernambuco. Mas basta lembrar que Geraldo Julio começou a campanha no Recife com “um traço” nas pesquisas, como se costuma dizer, e Eduardo só começou a fazer caminhadas quando ele ultrapassou o senador Humberto Costa (PT) e ficou em primeiro lugar. Ser desconhecido do eleitor, portanto, não é visto como um problema. As pesquisas qualitativas realizadas pelo PSB esta semana apontam que o eleitor quer “continuidade com mudanças”. Deseja uma solução caseira com novidades.

Tadeu Alencar tem defensores, como o ex-secretário estadual e atual prefeito de São Lourenço da Mata, Ettore Labanca (PSB), bem como o presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Uchôa (PDT). Há inclusive outra gama de deputados que sustentam seu palanque nos bastidores, sem se pronunciar abertamente, para não melindrar os outros postulantes. Mas há resistência a Tadeu dentro do próprio secretariado, onde alguns titulares o consideram “muito vaidoso” para uma disputa na qual se precisa de muito pé no chão.

Ação para eliminar resistências na sigla
Por enquanto, o nome do secretário da Fazenda estadual, Paulo Câmara, é quase uma unanimidade dentro do PSB. Ele seria o nome que geraria menos resistência entre duas lideranças que vinham sendo cotadas como pré-candidatos, o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho e o atual vice-governador João Lyra. Segundo um cacique do PSB afirmou, tanto Bezerra quanto Lyra começaram a amadurecer a ideia de que não serão candidatos. O ex-ministro por ter uma aproximação pessoal com Dilma Rousseff (PT), tendo sido seu ex-ministro. Já o vice-governador, por exigências do eleitor por um político que simbolize o “novo”. Lyra é respeitado nas hostes socialistas, mas é visto como tradicional e não provoca entusiasmo ao ser citado. “Precisamos de alguém que envelheça a candidatura do senador Armando Monteiro Neto. Que levante o ânimo”, afirmou uma liderança socialista de prestígio com Eduardo.

Entre uma conversa e outra, um cacique aliancista ressaltou que todas as especulações não passam de ansiedade das lideranças políticas, porque a disputa estadual ainda não está na pauta do eleitor. Ele explica que Eduardo Campos ainda tem tempo para escolher seu candidato, lembrando mais uma vez que Geraldo Julio só foi lançado candidato em junho do ano passado, ficando pouco tempo no sol e na chuva. Contudo, não é o que pensa a maioria dos socialistas, que quer ver o governador caminhando com o pré-candidato pelo estado pelo menos até abril.

Eduardo Campos, portanto, começou a intensificar as conversas com as pessoas mais próximas e pediu que Câmara desse algum tipo de sinal aos aliados, já que, até então, ele vinha dizendo que não pretendia entrar na disputa.

Colaboraram Josué Nogueira e Cláudia Elói