Mesmo com a afirmação do presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, que disse que o momento agora é de que os caminhoneiros voltem às suas atividades, os trabalhadores que estão em Suape seguem protestando. Pela manhã, os caminhoneiros não permitiram a saída de 30 caminhões carregados de botijões de gás, mesmo escoltados pelo Exército, e dizem que só saem do local depois de acertar pauta de reivindicações com o governador Paulo Câmara.
Um comboio com 16 caminhões-tanque terá o abastecimento liberado pelos caminhoneiros, totalizando 50 que saíram de Suape desde esse domingo (27).
Os trabalhadores dizem não aceitar a proposta do Governo Federal. “A gente só sai daqui quando terminar tudo. O valor do diesel que ele baixou a turma não tá querendo, não. É palhaçada. Hoje está fazendo oito dias, se for possível passaremos até mais oito”, disse um dos caminhoneiros. Apenas gás a granel, que é levado para hospitais, teve a passagem permitida.
“Ninguém vai arredar o pé”, disse o advogado do Movimento dos Caminhoneiros Autônomos do Pernambuco, André Fonseca.
A categoria aguarda uma reunião ainda nesta segunda com o governador Paulo Câmara (PSB) quando entregarão uma pauta de reivindicações que não foram contempladas nos dois acordos com o governo federal. Entre elas, estão a renovação a frota com isenção de impostos, semelhante à que é concedida às pessoas com deficiência, a redução nos preços da gasolina, do álcool e do gás de cozinha. No entanto, a assessoria do governo já avisou que Câmara não tem reunião agendada com os manifestantes. Por volta das 13h, Nilton Mota, Secretário da Casa Civil do Governo do Estado, tentava convencer os caminhoneiros a levantar acampamento.
“Não basta aquela medida ridícula, inaceitável do senhor presidente Michel Temer , quando reduz em 0,46 centavos o litro do óleo diesel sem se referir ao álcool, à gasolina e ao gás de cozinha, que são reivindicações dos caminhoneiros também. Com o único objetivo de paralisar o movimento, de dispersar o movimento, de jamais permitir uma reunião de pessoas trabalhadoras”. disse André Fonseca.
“Se o governador recuar ou se acovardar ou se eximir da sua responsabilidade e de seu compromisso tratado conosco, Pernambuco para porque ai é um conluio do governo federal com o governo estadual. Tudo o que vai acontecer vai depender do governador”, disse.”, disse Fonseca.