
A Câmara do Recife aprovou, na reunião ordinária desta segunda-feira (18), um requerimento de moção repúdio contra o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela fala em que compara o que ocorre na Faixa de Gaza ao Holocausto, em dura crítica a Israel. De autoria do líder da oposição na Câmara, vereador Alcides Cardoso (PSDB), a moção de repúdio foi aprovada em votação simbólica com a declaração de voto não de 10 parlamentares apenas para constar na ata da reunião.
“Tivemos uma vitória hoje com a aprovação da moção de repúdio contra o presidente da República de ocasião e ex-presidiário Lula pela sua fala perversa na qual compara o que ocorre na Faixa de Gaza e o direito legítimo de defesa de Israel contra o grupo terrorista Hamas ao Holocausto. O genocídio dos judeus não poderia ser usado dessa forma asquerosa por Lula e sim no intuito de que esse fato histórico terrível nunca mais se repita, mas não dá para esperar algo assim de um político como o atual presidente da República. Na sua sanha de agradar os seus companheiros radicais de esquerda e de se alinhar ao grupo terrorista Hamas, Lula ignorou as mortes, os sequestros e os estupros de mulheres israelenses no massacre cometido no dia 7 de outubro do ano passado pelo Hamas. A Casa de José Mariano sai maior hoje”, disse Alcides Cardoso.
Após o presidente da Câmara do Recife, vereador Romerinho Jatobá (PSB), anunciar a aprovação, ocorreu fortes protestos da vereadora Liana Cirne (PT), que fez uma grande mobilização nas redes sociais para barrar a medida desde que o requerimento entrou em pauta pela primeira vez. Houve seguidos adiamentos de discussão. Nas galerias, havia a presença de apoiadores da Palestina.
No centro dos protestos, estava a questão se foi ou não pedido votação nominal, em que cada vereador registra o seu voto, o que praticamente definiria a derrota da moção de repúdio devido à maioria que o prefeito João Campos (PSB), aliado de Lula, tem na Casa. O líder do PSB e vice-líder do governo, vereador Rinaldo Júnior pediu de forma enfática o voto não ao requerimento de Alcides Cardoso. Como a Mesa Diretora informou que não foi registrado solicitação de votação nominal, a reunião seguiu normalmente. Nos bastidores, foi dito que Liana e demais opositores à moção de repúdio “comeram mosca” ao não pedir votação nominal no espaço regimental.
O líder da oposição criticou o uso de informações do “Ministério da Saúde do Hamas” na cobertura do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
“Trazendo um exemplo próximo de nós, é como se publicasse uma notícia tendo como fonte o PCC ou o Comando Vermelho. De forma cruel, os palestinos são usados como escudos humanos para os terroristas do Hamas e para fortalecerem sua falsa narrativa diante da comunidade internacional. A paz na região passa sim pela eliminação do grupo terrorista Hamas e o diálogo com uma liderança palestina consciente que possa emergir no território e esteja livre das amarras que impediram o avanço das negociações de paz”, disse o vereador.