O Auxílio Brasil será um substituto ampliado do bolsa família. Da mesma forma que o modelo atual, as famílias receberão os recursos diretamente, decidindo por conta própria a melhor forma de utilizá-los. Quanto às diferenças, além do provável aumento de 50% no valor pago, há várias categorias inéditas no novo benefício. A princípio, a expansão do programa busca o aumento do valor pago, da idade máxima para recebimento, bem como o incentivo àqueles que conseguirem sair da condição de pobreza.
“Podemos separar os benefícios do auxílio em três categorias: os incentivos, o suporte e a transição. Quanto aos incentivos, o programa tem como objetivo recompensar as famílias que consigam uma renda extra ou cujos filhos tenham bom desempenho em competições. A título de exemplo, as famílias com filhos que tenham bom desempenho em competições acadêmicas ou esportivas receberão um acréscimo no benefício durante doze meses. Aos responsáveis com filhos com até 48 meses e que consigam um emprego, mas não encontrem vaga em creche pública ou conveniada, também será concedido um valor extra mensal. Outra inovação é a regra de emancipação, que continuará pagando o auxílio por mais dois anos àqueles que conseguirem sair da condição de extrema pobreza”, explica Ricardo Galvão, professor dos cursos de gestão financeira do UniFavip.
O também mestre em finanças acrescenta ainda que “os incentivos mencionados têm por objetivo aumentar a dedicação dos jovens e premiar os responsáveis que consigam um emprego. Nas categorias de suporte, o intuito é auxiliar as famílias vulneráveis financeiramente por meio de depósitos mensais em suas contas. Nesta categoria, há benefícios para as famílias com crianças até 36 meses, para famílias com gestantes ou integrantes que tenham até 21 anos (antes o limite era de 17 anos) e para famílias que permaneçam abaixo da linha de extrema pobreza mesmo estando em outra categoria. Esta é a categoria que mais se assemelha ao atual bolsa família, com a diferença do provável aumento do valor pago à maioria dos beneficiários”, ressalta o docente, que ainda explica sobre outra categoria.
“Por fim, há o que chamamos de categoria de transição, que contempla os benefícios destinados a manter o aparato social entre o período do fim do auxílio emergencial e o novo Auxílio Brasil, destinados aos trabalhadores rurais inscritos no cadastro único, aos beneficiários do Auxílio Brasil que consigam um emprego formal e os beneficiários do bolsa família que, porventura tenham o benefício reduzido. Como ainda precisa da aprovação do congresso, tais características não são definidas. Mesmo assim já é possível ao cidadão ter uma ideia de como se dará o novo modelo de programa assistencial. Podemos considerar os incentivos como positivos, restando analisar se seus resultados estão de acordo com o previsto originalmente”, conclui.
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