A Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Assembleia Legislativa promove audiência pública, nesta segunda-feira (14), às 9h, por solicitação do deputado João Paulo (PT), para discutir a proposta de privatização da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).
“A empresa tem recebido críticas, mas isso não justificaria a sua privatização. Pelo contrário, a luta é para que a Compesa seja priorizada e fortalecida com mais investimentos públicos visando melhorar as condições de atendimento e garantir a universalização do abastecimento de água e do saneamento básico para a população”, observa o deputado João Paulo. “Além disso, a entrega desses serviços ao setor privado tem fracassado no Brasil e em vários países – não só pela má qualidade dos serviços e pelo aumento das tarifas, como pela falta de investimento e de compromisso dessas empresas para ampliar seu alcance de cobertura, especialmente para os bairros mais pobres”
“No Brasil, Tocantins e Manaus são exemplos de gestão privada que não deram certo e passaram a ter maiores valores de tarifas e os piores indicadores de cobertura de serviços de água e esgoto do país, segundo o relatório do Governo Federal. O Rio de Janeiro é outro exemplo ruim. Lá, com a privatização, o percentual de esgoto tratado caiu 7% entre 2020 e 2021, de acordo com o Sindicato dos Urbanitários, e em Alagoas também houve aumento das tarifas e do número de reclamações pelos serviços. A Compesa e os governos de Pernambuco sempre se posicionaram contra a privatização, cuja lógica é a busca do maior lucro sem quaisquer garantias de que áreas mais pobres, como as comunidades rurais, periferias dos centros urbanos, municípios menores e distantes de fontes de água, sejam de fato atendidas. A privatização da Compesa pode provocar mais desigualdade regional e social”, afirma João Paulo.