Artigo – O Preço de Um Voto – por Severino Melo*

Mário Flávio - 31.07.2015 às 19:23h

Quando eu era menino, passava na televisão uma novela cujo título era, “O Preço de Um Homem”. Tempos idos, no “País de Caruaru”, repete-se o feito com, “O Preço de Um Voto”. Aliás, voto com preço, em Caruaru, nestes últimos anos foi o que mais aconteceu. Operações policiais com “pontos finais” e outros rumores, foram acompanhadas pela população através da mídia… Corrupção com corruptos corrompidos, sem corruptores. Com eleitores vendidos, sem compradores e com projeto de lei que muda por um voto entre a terça e a quinta-feira.

O “Muda Casaca” da Câmara já está convidado a fazer parte da bancada do governo. E, imagino que irá. Da mesma forma que, os da bancada de situação que votaram contra o projeto da mudança da feira, deveriam ratificar seu posicionamento e equilibrar as forças do parlamento.

Dizem que as pessoas vão envelhecendo e vão ficando mais magnânimas. Mas, como no Brasil e no mundo a velhice está chegando mais tarde, acho que magnânimos mesmo são aqueles que já fizeram jus a viver os primeiros oitenta anos de idade. Nós outros ainda temos muito o que aprender, sem cair na lábia do governante de plantão.

Mas, voltando ao “preço de um voto”, diria que é inestimável. Difícil é a ressaca moral para quem tem vergonha na cara, mudar de posicionamento por mera pressão. Poderia até apelar-se para o eleitor de 2016, mas parece ser debalde, pois vai geração e vem geração e o voto continua sendo essa mercadoria que não se embrulha, mas que se quantifica.

Eu já tive muito almejo em ser vereador de Caruaru. Voluntário até que fosse (e acho que deveria haver uma quota para isso, entre os bem intencionados), mas hoje tenho sérias dúvidas, pois, como tudo se modifica em 48 horas no plenário, eu seria nada mais do que aquele que iria sentir a solidão nos próprios passos, na temerária pressão de que os lídimos valores poderiam ser invertidos sem explicação plausível de uma sessão para outra.

*Severino Melo – [email protected]