As mulheres têm conquistado, embora em tempo lento, direitos e deveres sociais que precisam ser preservados. O movimento das mulheres em seu próprio benefício é antigo. Inicialmente foi silencioso e sutil. Mesmo assim, derrubaram-se tabus, obstáculos foram vencidos e a ocupação dos espaços foi iniciada.
Graças à coragem de muitas, foi conquistado o direito ao voto, a chefia dos lares, a colocação profissional, a independência financeira e a liberdade sexual . Entretanto, apesar de válidas, essas aberturas ainda são uma gota num oceano de injustiças e preconceitos.
No último século, o movimento feminista contribuiu imensamente para a efetivação das conquistas das mulheres. Embora muito tenha sido feito, as respostas às questões femininas são pouco eficazes, já que os homens ainda detêm a hegemonia em diversos setores sociais e as políticas públicas ainda devem muitos feitos à população feminina.
Prova da necessidade de maior reconhecimento da mulher é a própria institucionalização de uma data-homenagem. Se a sociedade efetivamente tivesse incorporado a ideia de que os dois sexos estão em pé de igualdade, não haveria necessidade de se criar um dia para lembrá-la.
Apesar disso, temos que comemorar sim! Somos, antes de tudo, sobreviventes. Sobreviventes à indiferença, à violência, ao preconceito, ao desamor, à injustiça. E hoje, nossa homenagem vai para nós mesmas, Marias, Josefas, Terezas, Alices, Mônicas, Fátimas, Cristinas, Anas, Cláudias, Franciscas…
*Miriam Lacerda é filiada ao Democratas