O ano de 2018 está sendo um ano bem atípico na política brasileira. O líder nas pesquisas para presidente está preso; o segundo colocado da última eleição se tornou um candidato inviável; um ultraconservador da extrema direita se tornou a menina dos olhos até dos que se dizem liberais; os conservadores tomaram a coragem de por a cara na rua trazendo pautas reacionárias como “Escola sem partido” e “ataques aos homossexuais”.
A direita não se definiu se são liberais apenas na economia ou se podem estender para os temas sociais, a pseudo-esquerda deixou a luta revolucionária de lado para idolatrar um político que nunca trabalhou para a unidade da esquerda, mas hoje muitos acreditam que só ele é capaz de tal feito, tanta inocência, ou não.
Estamos em um cenário político nacional completamente perigoso, no congresso crescem as bancadas de pautas específicas deixando de lado o interesse popular: a bancada do “boi” taxou o símbolo dos transgênicos nas embalagens dos alimentos, comercialização de alimentos orgânicos foram limitados e o aumento de agrotóxicos é colocado como a salvação da “lavoura”.
A bancada da bala quer cada vez mais liberar a posse de armas para a população civil, a intervenção (militar) federal no Rio de Janeiro está se mostrando ineficiente no combate a criminalidade e o governo federal anda de mal a pior. Há muito tempo, mas como a fratura se mostra exposta com os últimos números do crescimento econômico e da geração de emprego, o governo põe esses dados negativos na conta da paralisação dos caminhoneiros.
A bancada da bíblia se mostra a mais perigosa, apoiou abertamente um candidato que reúne o que temos de pior na nossa sociedade preconceituoso, ignorância cultural, hipocrisia etc. Na outra parte, a sociedade civil cada vez mais desorganizada e em busca de salvadores da pátria.
Muitos brigam pela política da mesma forma que se torce por times de futebol, ou seja, de forma irracional e fanática. Esse breve retrato do povo brasileiro nos mostra que de um tempo pra cá estamos debatendo mais política, isso é bom, porém, ainda estamos debatendo de forma simplória deixando de lado a racionalidade.
Já temos mais de 30 partidos políticos, esses que não representam uma ideologia, uma causa, mas sobretudo interesses particulares. Política se deve fazer no coletivo, o interesse popular devia estar na frente de todas as decisões politicas em todas as esfera, e é cada vez menos que vemos isso acontecer, enquanto tratarmos a político de forma banal e irracional, continuaremos sendo tratados como massa de manobra. Acorda, Brasil!
*Alberes Silva é professor