Arthur do Val renuncia ao mandato de deputado estadual em São Paulo

Mário Flávio - 20.04.2022 às 14:46h

O deputado estadual Arthur do Val (União Brasil) anunciou, nesta quarta-feira (20), a sua renúncia ao mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O político era alvo de um processo de cassação e poderia perder o cargo após a análise dos demais parlamentares da casa legislativa.

Arthur é julgado por quebra de decoro parlamentar devido ao envio de mensagens de voz fazendo comentários sexistas sobre ucranianas que tentavam deixar o país para fugir da invasão russa. Os áudios foram gravados quando o político visitou a Ucrânia no início de março.

A renúncia ao mandato, no entanto, não faz com que o processo que corre na Alesp seja paralisado. Agora, os deputados estaduais irão decidir sobre os direitos políticos de Arthur, que pode ficar inelegível por oito anos.

Em nota, o político esclareceu que decidiu renunciar “em respeito aos 500 mil paulistas que votaram em mim, para que não vejam seus votos sendo subjugados pela Assembleia”.

Arthur ainda afirmou que os demais parlamentares “querem na verdade é me tirar das próximas eleições”. Após o vazamento dos áudios, ele retirou sua pré-candidatura ao governo de São Paulo.

No dia 12 deste mês, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Alesp decidiu, por unanimidade, aprovar a cassação do mandato de Arthur.

O caso segue para a Mesa Diretora da Casa, que deverá validar o processo para que ele siga tramitando e, em seguida, a punição que será aplica ao político deve ser votada pelo plenário da Assembleia, que tem a palavra final sobre a decisão.

Confira a nota do político sobre a decisão:

“Sem o mandato, os deputados agora serão obrigados a discutir apenas os meus direitos políticos e vai ficar claro que eles querem na verdade é me tirar das próximas eleições.

Estou sendo vítima de um processo injusto e arbitrário dentro da Alesp. O amplo direito a defesa foi ignorado pelos deputados, que promovem uma perseguição política.

Vou renunciar ao meu mandato em respeito aos 500 mil paulistas que votaram em mim, para que não vejam seus votos sendo subjugados pela Assembleia. Mas não pensem que desisti, continuarei lutando pelos meus direitos.”