A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta segunda-feira (25) a tirzepatida para tratamento de diabetes tipo dois. A aprovação foi publicada no Diário Oficial da União (https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/medicamentos/novos-medicamentos-e-indicacoes/mounjaro-r-tirzepatida-novo-registro).
Comercializada pelo nome Mounjaro, a tirzepatida é uma droga injetável semanal com ação nos receptores de dois hormônios produzidos naturalmente no organismo, o GLP-1 (peptídeo do tipo glucagon 1) e o GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose). Eles atuam no controle do nível glicêmico do sangue e na sensação de saciedade.
Em um ensaio clínico de fase três com cerca de 1.900 participantes (Surpass-2), a tirzepatida se mostrou superior ao Ozempic (semaglutida), com redução maior no nível de açúcar em pacientes com diabetes tipo dois em até oito semanas, comparando as diferentes dosagens de tirzepatida (5, 10 e 15 mg) com 1 mg de semaglutida.
No mesmo estudo, metade (51%) dos participantes que receberam a dosagem elevada de tirzepatida (15 mg) apresentaram nível de açúcar no sangue inferior a 5,7%, equivalente ao de uma pessoa normal, contra 20% dos usuários de semaglutida.
A farmacêutica Eli Lilly, produtora do medicamento, disse em nota que a aprovação da agência brasileira foi baseada nos resultados do programa Surpass, que reuniu mais de 19 mil participantes em 65 centros de estudo no mundo, incluindo o Brasil.
Após a autorização da agência sanitária, o preço de venda do medicamento será definido pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão responsável pela regulação do preço de medicamentos no país, em até 90 dias. Só após a precificação que a empresa recebe aval para comercialização do medicamento em farmácias.
Assim como o Ozempic, um dos efeitos secundários da tirzepatida injetável é a perda de peso. O peso médio dos participantes no início do estudo era de 93,5 kg; ao final, os usuários de tirzepatida tiveram uma perda de peso média de 12,4 kg, cerca de duas vezes mais em relação ao grupo tratado com semaglutida.