A abertura do evento ocorreu com a fala de Roberto Arraes, amigo nos últimos dez anos de vida de Luiz Carlos Prestes. Ele fez a apresentação da obra e disse qual era a importância do livro para resgatar a história dos comunistas no Brasil. “É um momento de muita emoção para mim receber Anita aqui hoje. Ela vai divulgar essa obra por todo o Nordeste e a um preço que os trabalhadores possam pagar, ela escreve para contribuir com a verdadeira história do povo brasileiro”, disse.
Na sequencia a professora Anita Prestes tomou a palavra e iniciou o debate com os presentes. Ela lembrou a importância histórica da luta pela reforma agrária, já que grande parte da plateia era formada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ela destacou que a obra é necessária para contar a verdadeira história de Prestes, já que houve uma tentativa de mascarar a realidade social do Brasil, com uma campanha contra a imagem de Prestes.
O valor da obra é 20 reais e a professora explicou a decisão de fazer o livro pela editora Expressão Popular. “Procurei essa editora pelo fato de o livro ficar por um preço acessível para a maioria dos trabalhadores, esse é meu principal objetivo, que os trabalhadores e estudantes leiam a obra, sei que nem todas as livrarias irão vender o livro, mas as banquinhas da expressão popular podem conter a obra e se ela chegar a grande massa é o que importa, precisamos explicar quem foi de verdade Luiz Carlos Prestes”, explicou.
Ela disse ainda as razões pelas quais o PCB decidiu não lutar pela luta armada e a divisão da esquerda. Para ela, aquela momento foi um acerto do PCB, já que todos os partidos da chamada ultra-esquerda, entre eles o PCBR e o PCdoB, queriam a luta armada e a maioria dos partidos que defendia essa tese, acabou sendo praticamente extirpada da política nacional. “Felizmente a base do livro é em documentos, alguns preservados pela minha família e temos como comprovar e mostrar uma realidade que não é mostrada em boa parte da nossa história e pela grande imprensa”, diz.
A professora encerrou a palestra explicando o legado de Luiz Carlos Prestes. “O legado cabe a nós resgatar e manter Prestes vivo. Da mesma maneira que os revolucionários cubanos têm em resgatar a história de Fidel e Martim, temos que fazer o mesmo com Prestes, nós que temos os ideais da revolução, temos que manter esse legado, que não será divulgado pela história oficial e pela grande mídia”, pontuou. A foto acima é de Kylton Bezerra.