Em São Paulo, a tradição está ameaçada. Há pelo menos dois anos, os restaurantes paulistanos não podem preparar o frango ao molho pardo ou a galinha à cabidela, como é chamado o prato no Nordeste, se não houver sangue com certificação sanitária. Preocupados com a possibilidade de que haja restrição também em Pernambuco, representantes da Abrasel, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, procuraram o deputado Aluísio Lessa, do PSB, a fim de pedir apoio para proteger essa e outras comidas pernambucanas.
O parlamentar informou que em São Paulo não há lei proibindo a venda do sangue, apenas exigência de registro no Sistema de Inspeção Estadual. Com o objetivo de defender o prato, o deputado anunciou que vai apresentar projeto de lei transformando a iguaria em Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado, assim como já foi feito com o bolo de rolo e a cachaça.
Aluísio Lessa também anunciou que, hoje (25), acontece uma reunião com representantes do Departamento de Nutrição da UFPE, Fundarpe, Abrasel, Adagro, Empetur e Anvisa, para discutir uma lei que garanta a continuidade da elaboração do prato no Estado. O encontro acontece no Centro de Artesanato de Pernambuco, no Recife Antigo, às quatro da tarde. Os deputados Luciano Siqueira (PCdoB) e Zé Maurício (PP), apoiaram a iniciativa, lembrando que é necessário defender um segmento que agrega valor à cultura e à economia pernambucana.