Aliança entre PT e PSB próxima da realidade em Pernambuco

Mário Flávio - 04.05.2018 às 07:37h

Por Edmar Lyra

O PT de Pernambuco marcha para o apoio à reeleição do governador Paulo Câmara, do PSB. A defesa da aliança, feita por uma ala do partido junto à Executiva Nacional, se configura como o ponto de partida para o PT sair do isolamento no estado, e, com isso, eleger uma bancada federal, além de fortalecer a estadual – o partido de Lula não fez sequer um deputado federal em 2014.

A ala petista, que tem à frente Oscar Barreto, militante histórico e vice-presidente estadual, acredita que insistir na candidatura de Marília Arraes ao Palácio do Campo das Princesas é um equívoco que impede o crescimento da legenda em Pernambuco. Marília não ampliou o espectro de forças do PT, não conquistou nenhum apoio fora da sigla, e segue numa pré-campanha baseada no discurso do golpe.

Enquanto a ala pró-Paulo argumenta que, em tempos de crise, e com Lula preso, a melhor saída é o PT retomar uma aliança com um aliado histórico, que ajudou na consolidação da sigla.

Em um documento assinado pelos petistas favoráveis à união com o PSB, a ala que defende a aliança apresenta suas razões. “Hoje, no Governo do Estado, estão o PSB, o PDT e o PCdoB, e concretamente abre oportunidade de o PT vir a se incorporar a essa frente, de retornar ao protagonismo e à possibilidade de apresentarmos nossas propostas de melhorias das condições de vida do nosso povo”, diz o grupo.

O posicionamento dessa ala representa um sentimento crescente no PT de Pernambuco, que aponta para a formação de uma grande frente partidária de esquerda, liderada pelo governador Paulo Câmara; frente a uma oposição cada vez mais intitulada como o palanque de Temer, no qual se reunirão, além do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), vice-líder do governo no Senado, os ex-ministros do presidente Temer, Mendonça Filho (DEM), Bruno Araújo (PSDB) e Fernando Filho (DEM), bem como o senador Armando Monteiro Neto (PTB).