O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, de passagem pelo Recife na última quinta-feira para assistir à posse do correligionário Wellington Batista na Secretaria de Agricultura do governo Paulo Câmara, defendeu uma aliança do seu partido com o PSB e o PCdoB em torno da candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. Seu argumento é incontestável. Ele diz que a junção desses três partidos na eleição presidencial seria auto-explicável porque todos estão no campo da esquerda.
Os brizolistas anteveem a débâcle de Lula, cada vez mais enrolado na Lava Jato, não creem que Marina Silva vá muito longe após dois insucessos eleitorais, e acham improvável o PSB marchar novamente com o candidato do PSDB, seja ele João Dória ou Geraldo Alckmin.
Sendo assim, propõem a unidade das esquerdas com Ciro Gomes, que apesar de ter a língua solta e falar mais do que devia, foi prefeito de capital, governador, ministro de duas pastas e candidato a presidente da República. É uma chance que o PDT oferece ao PSB para preservar sua identidade, apoiando um candidato que também dispensa explicações.