Wolney Queiroz afirma que governo Lula acionou a Polícia Federal para encerrar esquema bilionário no INSS

Mário Flávio - 15.05.2025 às 15:10h

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, prestou depoimento nesta quinta-feira (15) à Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado Federal para esclarecer as ações do governo no combate às fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Durante a audiência, Queiroz enfatizou que foi a atual gestão federal que “mandou chamar a polícia para acabar com a farra” dos descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas .

A declaração foi uma resposta direta às críticas de senadores da oposição, como Sergio Moro (União-PR) e Eduardo Girão (Novo-CE), que questionaram a atuação do governo Lula diante das irregularidades. Queiroz rebateu, afirmando que as empresas investigadas pela Polícia Federal se estabeleceram durante o governo anterior, entre 2019 e 2022, período em que houve o fim da revalidação anual dos descontos em folha, medida que, segundo ele, facilitou a entrada de entidades fraudulentas no sistema do INSS .

O ministro também destacou que a magnitude das fraudes só veio à tona após a deflagração da Operação Sem Desconto, realizada em abril deste ano, que revelou um esquema de desvios estimados em R$ 6,3 bilhões, afetando milhões de beneficiários . Ele reiterou que o governo está comprometido em ressarcir os prejudicados e em implementar medidas para evitar novas ocorrências.

A audiência foi marcada por momentos de tensão, especialmente entre Queiroz e o senador Sergio Moro, que acusou o ministro de omissão. Queiroz negou as acusações e lembrou que Moro foi ministro da Justiça em 2020, período em que já havia indícios de irregularidades no INSS .

A atuação do governo no combate às fraudes no INSS continua sendo tema de debates no Congresso, com a possibilidade de instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para aprofundar as investigações.