Desde que assumiu o governo que o prefeito Zé Queiroz (PDT) prometeu uma gestão enxuta, moderna, participativa e com a efetiva parceria com a Câmara Municipal de Caruaru. Na teoria, tudo tinha motivos para funcionar, mas na prática o que se percebe é uma gestão travada, com problemas de diálogo com algumas categorias e uma dificuldade enorme de relacionamento com os vereadores e suplentes. A ideia era dar um upgrade na gestão com a troca de boa parte dos secretários.
No entanto, houve muita mudança de função dentro do próprio governo, mas algumas práticas seguiram a mesma linha da gestão. Apesar de garantir que o secretariado teria um perfil mais técnico, o que se percebe é que mais de 90% das ações do governo sofrem a influência política. O polêmico Projeto do PCC da Educação é um exemplo a ser analisado. Lá se vão quase seis meses desde a aprovação, com professores nas ruas, desgaste do governo e pouco se avançou. O debate chega ao ponto de parte do governo, tentar a todo custo, dizer que a insatisfação dos professores é por causa da influência da oposição no Sindicato dos Servidores Municipais.
Além disso, na educação o governo segue com boa parte dos professores trabalhando com contrato e recebendo um salário muito baixo, o que gera insatisfação junto a categoria. Esta semana a prefeitura anunciou a nomeação de 83 professores, número ainda insuficiente, já que os mesmos estarão dentro da sala de aula já no segundo semestre. Existem ainda muitas queixas com relação a merenda e estrutura das unidades de ensino, motivo de muita reclamação da oposição, que aproveita para subir o tom contra o governo.
Com a Câmara a situação é mais delicada. A base começou com 16 vereadores, mas a ânsia de esvaziar o grupo de oposição levou o governo a investir para trazer para a base os vereadores Jajá (PPS) e Neto (PMN). Com a promessa de benesses e cargos, fator dito pelos dois edis na Tribuna, a situação degringolou e os dois hoje promovem muita dor de cabeça para o Executivo. Aliados históricos não entendem os motivos de tanto se investir em opositores, fator que gerou desgaste. Prova disso foi a reunião do prefeito Zé Queiroz com os vereadores. Uma romaria de pedidos foram feitos, num encontro que era para afinar a relação entre legislativo e executivo.
Muito ausentes da Câmara, as secretarias de Governo e Relações Institucionais não conseguem resolver o problema, com isso, o governo já acumula duas derrotas em seis meses, situação que não ocorreu nos quatro anos da gestão passada. A falta de articulação respinga na liderança do governo na Casa e por várias vezes o Dr. Demóstenes (PSD), passa por situações complicadas, uma vez que, o vice-líder, Ricardo Liberato (PSC), toma a frente de algumas questões, como foi a derrota no projeto dos transportes.
A insatisfação na Câmara ainda é evidente no tratamento que os mesmos recebem de alguns secretários e para ter agenda com o próprio Zé Queiroz. Muitos estão procurado palanque para o ano que vem e podem desfalcar o apoio aos candidatos da terra. O recado já foi mandado por Sivaldo Oliveira (PP) e Ranilson Enfermeiro (PTB).