Se a rainha está nua, ou se verdadeiramente ela nunca existiu, são enigmas que chegaram numa velocidade supersônica a uma população engessada do ponto de vista do crescimento de suas riquezas. Só para lembrar, segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe, a previsão do crescimento do PIB no Brasil é de 2,5 enquanto esse índice chega aos 7,5 para o Panamá e 12,5 para o Paraguai.
Existem coisas que assim como a fruta jabuticaba, acontecem apenas no Brasil, não é evolutivo para nenhuma democracia, imaginarmos que em plena primavera de manifestações brasileiras, fruto de uma demanda espancada pelo mau serviço do PT com a coisa pública, a chefe do poder executivo federal pegue um avião em Brasília e vá ao encontro do ex (ou ainda em exercício) – presidente Lula, e claro, seu marqueteiro João Santana, “tomar” conselhos, em uma sala do aeroporto de Guarulhos.
Muitos jornalistas que cobrem as matérias do governo federal já pensam em divulgar as medidas adotadas pela presidente Dilma apenas 48 horas depois de anunciadas oficialmente, a falta de liderança expressa é algo admirável, com um amadorismo e improvisação espetacular, em um pequeno intervalo de minutos vai de um extremo a outro com um macro falso moralismo que lhe é peculiar.
E agora, chega de presente para comemorar os 10 anos do PT no poder, oriundo de uma conclusão realizada pelo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, feito pela ONU em parceria com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), importante lembrar que é um instituto ligado à Presidência da República, que o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) cresceu mais na década marcada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso do que a década seguinte, gerida pelo PT.
Instituições fortes que antes representavam um modelo operacional de referência para os brasileiros, como a Petrobras e a Anvisa, hoje servem de cabides de empregos para a companheirada. A Petrobras se desvalorizando a cada dia que se passa, e a Anvisa loteada, genéricos que levavam seis meses para serem validados, hoje sofrem a espera de um ano ou mais. Falando em saúde, de forma errônea, querem comparar o Brasil com medidas que países desenvolvidos realizam na área, esquecem que nessas localidades os investimentos em saúde chegam aos setenta por cento. E mais absurdo, ainda querem importar o ministro da saúde para comandar a maior economia do país, São Paulo, ledo engano.
A crise de identidade/liderança do governo federal ficou mais visível na última pesquisa CNI/Ibope onde diz que metade dos brasileiros já não confiam na presidente da república. Inflação e desemprego, que eram palavras que estavam fora do dicionário brasileiro, hoje já são fantasmas que possivelmente se tornarão assunto principal de pauta nas reuniões do trio galáctico: Lula, João Santana e Dilma. Estaria esta última a reboque da síndrome da ex-presidente em exercício?!
*Raffiê Dellon é Vice-presidente Nacional da Juventude do PSDB.