Em 17 de Maio comemora-se no mundo todo o “dia internacional de luta contra a homofobia”. Esta data foi escolhida devido à retirada da homossexualidade no Código Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde (OMS), no ano de 1990. Parece incrível que no passado uma identidade tenha sido considerada patológica, entretanto, é uma realidade contemporânea: a transexualidade ainda é considerada um transtorno. Vale uma pequena observação: patologizar a homossexualidade foi uma estratégia de sobrevivência, numa época remota em que ela era considerada um crime mortal, num contexto obscuro em que a Modernidade não havia se estabelecido e as leis eram divinas na Europa.
Nesta data, diversas organizações (governamentais, não-governamentais, de caráter privado, movimentos sociais, etc.) denunciam a homofobia cultural e a necessidade de afirmação da cidadania LGBT. Um exemplo deste ano foi o Banco do Brasil que lançou campanha em sua página oficial do Facebook. No Brasil, temos motivos a mais para comemorar este mês simbólico: em 05 de Maio de 2011 o STF reconheceu as Uniões Estáveis entre casais do mesmo sexo e em 14 de Maio de 2013 (agora!) o CNJ autorizou os cartórios brasileiros a celebrar casamentos igualitários em todo o Brasil, equalizando direitos, fortalecendo a democracia brasileira. Falta o Legislativo Federal, historicamente mais fisiológico que os outros Poderes, regulamentar esse direito.
Já o mês de Junho celebra o marco do Movimento Homossexual no mundo, gestando o “dia internacional do orgulho LGBT” no dia 28 de Junho. Nesta data de 1969, nos Estados Unidos, Nova Iorque, aconteceu a “Revolta de Stonewall”. Stonewall era um bar frequentado pelo público LGBT que sofria constantes investidas violentas da polícia local. Neste movimento, pela primeira vez os/as LGBTs se organizaram e resistiram, num processo de luta, à polícia truculenta, acenando para a futura conjuntura de contracultura que se estabeleceria em outras partes do globo. Não é à toa que a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, a maior do mundo, acontece neste mês.
Assim como outros segmentos da sociedade (mulheres, indígenas, negros/as e outros), temos nossas datas comemorativas. Elas nos são caras, legítimas e necessárias para preservação e promoção do patrimônio, da memória e da cultura da população LGBT, valorizando, desta forma, nossas identidades coletivas. Caruaru precisa municipalizá-las. Foi uma das tentativas que empreendi no Parlamento Jovem de Caruaru.
*Cleyton Feitosa é estudante de Licenciatura em Pedagogia pela UFPE/CAA