A audiência pública sobre a Saúde Pública de Caruaru começou com as reivindicações de médicos e representantes de entidades que representam os profissionais de saúde em nível local e estadual. Os representantes do Sindicato dos Médicos de Pernambuco cobraram novamente os pontos reivindicados recentemente em nota enviada à imprensa.
No contexto
Diretor do HRA aponta superlotação como principal problema na unidade
“Nos últimos meses, elencamos vários pontos para melhorar a rede pública. Obtivemos prazos, porém passados mais de dois meses praticamente não houve melhoras. A categoria não poderia se furtar de explicar a situação atual da saúde de Caruaru. No entanto, houve declínio da situação da saúde publica em Caruaru. Houve uma UTI fechada, suspensão de cirurgias eletivas na Casa de Saúde, falta de medicamentos nas unidades de saúde. Vimos o sucateamento do sistema de transporte. A relação com a categoria também foi deteriorada com desde do fim do ano passado para cá, o que inclui reivindicações trabalhistas. Nosso intuito é apenas que a prefeitura cumpra os pontos levantados em relação a esses problemas, para que haja um melhor serviço à população”, explicou o diretor regional do SIMEPE, Danilo Souza.
Também diretora do sindicato, Ana Carolina, enfatizou as carências de saúde básica. “Temos apenas 42 unidades de Saúde da Família, quando deveríamos ter 75 unidades em Caruaru. Há uma população desassistida e buscamos soluções para esses problemas”, reforçou.
Em uma crítica dirigida também ao atendimento estadual, o médico Paulo Maciel cobrou um atendimento especializado mo município. “Todos os pacientes infartados vão pra UPA Estadual ou pra o Regional, que não resolvem esses problemas, quando o paciente chega a Recife, já tem perdido muito tempo. A UTI Geral e o HCC são de extrema importância para a rede de atendimento do município e não podem ficar com seus leitos deficientes”, criticou.
Por sua vez, a presidente do comitê gestor do HRA, Silvia Viviane, questionou o atendimento no Hospital Regional, que abrange Caruaru. “Faltam médicos e uma estrutura melhor de atendimento, já que a unidade atualmente está superlotada, com um atendimento de 700 pacientes por dia. Independente de ser uma unidade estadual ou municipal, é preciso que nossas ações sejam acompanhadas e que haja uma parceria entre prefeitura e estado para melhorar a rede de atendimento local”, destacou.
Em contexto a todas essas reivindicações, o vereador Ranilson Enfermeiro (PTB), o volume de críticas e reivindicações referentes à estrutura de atendimento levam à necessidade de esclarecer à população se as críticas à rede de saúde procedem de fato. “O que nós queremos saber é como dar uma resposta concreta à população sobre o que não está funcionando e o que pode ser melhorado”, discursou.
Em resposta, a secretária de Saúde Municipal, Aparecida Souza, e o diretor do Hospital Regional do Agreste, José Bezerra Bodocó, colocaram empecilhos burocráticos e financeiros que esbarram na melhoria da estrutura das redes de atendimento local e regional.
